quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Bem, uns dois post abaixo eu falei sobre a sincronicidade, lembram? Pois bem, tenho uma pra contar!
Ontem passei o dia cantando uma música que gosto muito, It’s Too Late, de Carole King. É uma música antigona que continua aparecendo de vez em quando na mídia, ou seja, como toda boa arte eternizou-se. Pois bem, passei o dia cantando alegremente essa música, aí, lá pelas 18h estava eu no msn e uma amiga muito querida me diz: Lu, vai passar um filme lindo hoje no sbt.
Beleza, como confio no gosto dela, lá fui eu assistir. E, éis que era A cada do lago, que já vi algum tempo atrás. Maaas o incrível foi ouvir a música It’s Too Late no filme!!! heheheh fiquei emocionada.
Mas, tem um motivo, além dessa suposta coincidência. Essa música me marcou muito porque tocou no avião na minha ida e volta de São Paulo, detalhe: eu tinha 18 anos e era a primeira vez que voava e estava sozinha!
Enfim, a sincronicidade é um fato, resta-me agora descobrir que mensagem ela está me passando através dessa música. tudo bem que é uma música que fala de despedida, de fim de amor... bem, posto a letra e um link pra vocês recordarem.
http://www.youtube.com/watch?v=GPeVbEg1DHE



Letra:
It's too late
Carole King

Stayed in bed all mornin'Just to pass the time.
There's somethin' wrong here.
There can be no denying.
One of us is changin'
Or maybe we just stopped trying

And it's too late, baby,
Now it's too late,
Though we really did try to make it.
Somethin' inside has died
And I can't hide and I just can't fake it.
Oh, no, no, no, no, no, no..

It used to be so easy
Livin' here with you.
You were light and breezy
And I knew just what to do.
Now you look so unhappy
And I feel like a fool

And it's too late, baby,
Now it's too late,
Though we really did try to make it.
Somethin' inside has died
And I can't hide and I just can't fake it.
Oh, no, no..

There'll be good times again
For me and you,
But we just can't stay together.
Don't you feel it too?
Still I'm glad for what we had
And how I once loved you,

But it's too late, baby,
Now it's too late,
Though we really did try to make it.
Somethin' inside has died
And I can't hide and I just can't fake it.
Oh, no, no, no, no, no, no..

It's too late, baby.
It's too late, now, darlin'.
It's too late.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

O Homem de Palha

Pessoal, nesse final de semana tive o prazer de rever o excelente filme: O Homem de Palha.
O DVD foi lançado aqui no Brasil pelo selo Dark Side. O filme é considerado um dos mais perturbadores já lançados. Escrito por Anthony Shaffer, foi realizado com um baixo orçamento e classificado como filme B na época de seu lançamento. Aos poucos, foi ganhando a admiração e respeito de críticos e hoje é considerado cult e um dos melhores dos últimos 30 anos.

Nesta produção, o diretor Robin Hardy aborda o conflito entre o cristianismo e o paganismo, utilizando uma trilha sonora diferente, marcada por canções celtas de exaltação à fertilidade da mulher.Na época do lançamento do filme, em 1973, os produtores tiveram problemas com a distribuição e, a pedido de algumas distribuidoras inglesas, Hardy precisou mexer na versão original. Remontou algumas cenas e cortou outras.
O ator Christopher Lee, com medo de uma repercussão negativa, ligava pessoalmente para os críticos conhecidos, pedindo para que assistissem ao filme e até se oferecia para pagar os bilhetes do cinema.
Na história, o sargento Howie (Edward Woodward) recebe uma carta anônima com um pedido: investigar o misterioso desaparecimento de uma garota numa pequena ilha escocesa. Chegando lá, o virgem e devotado cristão conhece Lord Summerisle (Christopher Lee), um estranho líder religioso, e descobre uma comunidade secreta que realiza rituais pagãos muito bizarros. O policial inicia então uma batalha interna: continuar devoto às suas crenças religiosas ou se entregar à tentação da carne - a bela Willow (Britt Ekland). Para piorar, Howie desconfia que a menina que procura foi vítima de sacrifício humano para a prática dos rituais. A verdade só é revelada quando ele se encontra com O Homem de Palha.
Assistam e me digam o que acharam, ok?
Fonte: http://www.cineplayers.com/filme.php?id=1922

Só as vezes


Tem dias que me anima
diluir-me na noite fria e estrelada

Unir-me na imensidão escura e serena...

Tanto quanto

Tem dias que me anima
espalhar-me pelo ar vivo da manhã
Pelos raios cintilantes do Sol

Unir-me na imensidão fulgurante e serena...

Nesses dias sou plena
Cheia e esvaziada de tantas sensações
Indescritíveis ânsias de viver tudo!
"Viver na morte, morrer na vida"*
Estar em todos os planos

Eu vivo entre os mundos
suavemente
apalpando os véus...

E, de vezes
nas marés constantes
Tenho ganas de ser-me novamente

Indo e vindo no refluxo da Grande Maré

E, ainda muitas vezes
Plena estou do vazio sem fim...
Luz Le Fay
*Heráclito

domingo, 16 de agosto de 2009

Como fazer uma Escada de Bruxa


Compre um novelo de lã negra, resistente e de boa qualidade. Puxe o fio e faça na extremidade um nó (este é o primeiro nó). Coloque este nó encostado no centro de sua cabeça e estique o novelo até o dedão do pé direito. Faça ali um segundo nó. Desligue, cortando, o segundo nó do resto do novelo. Agora você tem um fio do seu tamanho! Coloque o primeiro nó no meio da sua garganta, faça uma volta ao redor do pescoço com o fio. No lugar onde o fio encontra o primeiro nó, faça um terceiro nó. Agora coloque o primeiro nó sobre o meio do ombro esquerdo. Estique o fio até o meio do ombro direito. Onde o fio parar, faça o quarto nó! Sobre o seu umbigo, ponha o primeiro nó e faça uma volta com o fio ao redor de sua cintura. Onde o fio encontrar o primeiro nó, faça o quinto nó. Pegue o segundo nó (que está na outra extremidade) e o coloque sobre a sua coxa esquerda (bem perto da virilha). Faça uma volta ao redor da coxa. Onde o fio encontrar o segundo nó, faça sexto nó. Por último, ponha o segundo nó sobre seu tornozelo direito e faça uma volta ao redor dele. Onde o fio encontrar o segundo nó, faça o sétimo nó. Você terá um fio com sete nós, ou seja A Escada da Bruxa.

Imantação da escada depois de construída

Aguarde uma noite de Lua Cheia. Nessa noite, amarre com um laço (como o de sapato) a Escada na cintura. A Escada deve permanecer na cintura por sete dias. Tire a Escada para tomar banho, fazer amor, esportes, etc. Ao término dos sete dias, desamarre definitivamente a Escada e a guarde (de preferência em uma caixinha de madeira).

Para consagração da Escada

Espere até outra noite de Lua Cheia. Tire sua Escada da caixa (ou outro lugar escolhido) e a coloque em uma taça (aquela que você usa em seus trabalhos espirituais). Acenda duas velas negras (as velas desta cor são muito comuns na Bruxaria Tradicional) ao lado da taça e olhe fixamente para a Escada. Imagine que ela é uma espécie de cordão umbilical, que liga você ao Mundo dos Espíritos Benevolentes e Guardiães da Tradição.Sinta que uma luz violeta banha sua Escada. Retire a Escada da taça, deite-se no chão, coloque a escada sobre o ventre (como o cordão umbilical após o nascimento) e "voe" até o Grande Sabbat no coração do bosque (o lugar imaginal/astral/espiritual onde os iniciados da Bruxaria Tradicional ou Sabática/Sabbatean se encontram e comungam).Deixe-se levar. Quando achar que "tudo foi consumado", abra os olhos, agradeça aos Espíritos e guarde sua Escada. O cordão ou fio de Escada é chamado assim porque nos leva a um lugar - ao Grande Sabbat! Ela é um instrumento poderoso. Guarde a Escada e não a entregue a ninguém, pois ela possui "as suas medidas". Esta Escada é encontrada em várias culturas religiosas do mundo: na magia berbere marroquina, entre os cavaleiros templários (que levavam um cordão de lã consagrado, debaixo do hábito monástico. O cordão era tocado na Cabeça do Baphomet: o Brother Goat), na magia escandinava (as Artes de Freya), na feitiçaria eslava (de onde vem o Tcholok, o temível rosário eslavo).

O poder da sincronicidade

Sincronicidade quer dizer coincidência significativa, ou seja, dois ou mais eventos que ocorrem ao mesmo tempo e não guardam entre si uma relação de causa, mas de significado. Esse termo foi cunhado pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, e o caso de sincronicidade que mais intrigou o foi o do escaravelho de ouro:
"O meu exemplo refere-se a uma jovem paciente que, apesar dos esforços feitos e ambos os lados, provou ser psicologicamente inacessível. A dificuldade residia no fato de ela saber sempre mais sobre tudo. A sua educação excelente tinha-a equipado com uma arma feita à medida para o efeito, um racionalismo cartesiano primorosamente refinado com uma ideia da realidade impecavelmente "geométrica". Depois de várias tentativas frustradas de lhe adoçar o racionalismo com uma compreensão algo mais humana, tive de me reduzir à esperança de que algo inesperado e irracional acontecesse, algo que rompesse a réplica intelectual a que se tinha remetido. Bem, um dia, estava sentado em frente dela, de costas para a janela, ouvindo o fluxo da sua retórica. Tinha tido um sonho impressionante na noite anterior, em que alguém lhe tinha dado um escaravelho de ouro – uma peça de joalharia cara. Enquanto ela estava me contando o sonho, ouvi qualquer coisa batendo suavemente na janela.
Voltei-me e vi que era um inseto voador bastante grande que batia de encontro à vidraça, na tentativa de entrar na sala escura. Isso pareceu-me estranho. Abri a janela imediatamente e apanhei o inseto no ar quando ele entrou. Era um besouro da família dos Escarabídeos, que ataca as roseiras, cuja cor verde-dourada se parece muito com um escaravelho de ouro. Entreguei o besouro à minha paciente com as palavras, "Aqui tem o seu escaravelho". A experiência abriu a brecha necessária no seu racionalismo e quebro-lhe o gelo da resistência intelectual. Agora podia continuar o tratamento com resultados satisfatórios."
(Retirado de "O Caminho menos percorrido", de M.Scott Peck)

quinta-feira, 13 de agosto de 2009



"Eu lhe exalto, adorável triforme Hécate Enodia,
velada em açafrão, de Céu, Terra e Mar,
que celebra a Bacanália na
tumba,
com as almas dos mortos;
filha de Perses, amante de solidão, honrada com bolos,
noturna, protetora dos cães, soberana invencível,
anunciada pelo rugido da
s bestas selvagens,
rainha portadora das chaves de todo o cosmos".
(Hino Órfico à Hécate)

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Frau Holda é a contraparte feminina do Senhor da caçada Selvagem e ela é essencial para uma apreciação equilibrada da espiritualidade pagã. (Fonte da foto: http://www.viona-art.com/pages/frameset01/setmenu.html)

Na mitologia germânica ou nórdica, no dia 10 de agosto se comemora o dia de Holda, a senhora das bruxas. Tinha algumas semelhanças com a Deusa Ártemis da mitologia grega. Também conhecida como, Holde, Holle, Hulda(benigna), Bertha, Bertcha(Dama Branca). Nome germânico para Hel.




“Dama Branca”, “Mãe de Terra Negra”, Deusa do inverno e da bruxaria, Aspecto de Anciã da Lua.

Entre a s tribos germânicas, dizia-se que ela cavalgava com Odim nas caçadas selvagens. Ainda no séc. X, dizia-se que as mulheres cavalgavam ao seu comando em galopes selvagens pela noite. O azevilho era sua planta sagrada. Seus seguidores normalmente confeccionavam seus bastões de magia com esta madeira.

Trabalhava sobre as artes, destino, Karma, magia negra e vingança. Ela e associada a lagos e regatos. Quando nevava, pos antigos germânicos diziam que Holda estava virando sua cama de penas.

Ela também é uma deusa maternal, do lar, do tear e principalmente do cultivo de linho. Normalmente ela trabalha em conjunto com seus animais especiais os lobos.

Os bruxos creem que Arianrhod é um dos aspectos de Cerridwen, a Deusa Branca da Vida-na-Morte e da Morte-naVida. E estar no Castelo de Arianrhod é estar em um purgatório real esperando a ressurreição. A crença na Europa primitiva era que apenas os chefes, poetas, reis e magos eram privilegiados para renascerem. As incontáveis almas menos distintas esperavam desconsoladamente no gelo do terreno do castelo.


Arianrhod, a Senhora da Roda de Prata é a Estrela Polar, ao redor da qual giram as estrelas da Ursa Maior e Ursa Menor, como se a estrela polar fosse um pilar fixo do universo.


De acordo com Nigel Jackson: "no Norte da Europa se dizia que a seita das bruxas, que viajavam de noite,voava no céu atrás da Deusa Hérodias ou Holda que guiava os antigos espíritos da Horda Furiosa nos meses de inverno perto do Samhain e do Natal.Como a deusa gaulesa Cerridwen,Frau Holda é a Terra Mãe do mundo sob a terra, a senhora da morte,da iniciação e do renascimento, ela reina sobre o reino ctônico de Hel ou Annwvyn. Na Escandinávia é conhecida sob o nome de Hela, filha de Loki, e se diz dela que ela é velha, metade clara e metade escura.Isto representa seus aspectos claro e escuro como Freya / Holda senhora da vida e da morte. "

* * *


Um pequeno feitiço:

Se sentir que esta sofrendo algum tipo de ataque psíquico, sendo bombardeado por pensamentos negativos ou em perigo físico chame por ela e por seus lobos, eles irão lhe ajudar. Neste dia, pegue um anel de prata e enterre-o na base de uma vela verde. Acenda a vela e invoque a presença de Holda. Quando a vela acabar, retire o anel e use-o sempre. E um anel mágico que traz a força e a coragem de Holda para combater seus inimigos e transpor seus obstáculos do dia-a-dia.


Uma história:

A Weisse Frau (Dama Branca) era um espectro que durante muitos anos apareceu em castelos reais alemães, sobretudo nos de Karlsruhe, Berlim, Bayreuth, Darmstadt e Neuhaus, na Boêmia. Vestida de branco, era inofensiva, limitando-se a inclinar a cabeça quando se encontrava com alguém. Corriam, no entanto, rumores entre os Hohenzollerns, a família real da Prússia, de que ela era vista antes da ocorrência de catastrofes e mortes na família.
Em Dezembro de l628, a Dama Branca apareceu no palácio real de Berlim e disse: “Vinde, julgai os rápidos e os mortos! Eu aguardo o meu julgamento.” Uma lenda identificou-a com o espírito de uma mulher do século XV, Bertha, ou Perchta von Rosenberg, de Neuhaus, que de noite visitava os quartos de bebês reais para embalar as crianças enquanto as amas dormiam.
Quando certa vez uma ama, aterrorizada, a viu, ela disse: “Eu não sou, como tu, uma estranha entre estas paredes. Eu sou da família, e esta criança descende dos filhos dos meus filhos.” Os Hohenzollerns explicavam a Dama Branca como sendo o fantasma da condessa Agnes de Orlamande, emparedada viva por ter envenenado os próprios filhos. Era por vezes descrita vestida de preto e branco, as cores da Prússia. A sua aparição foi documentada pela primeira vez em 1486 no Palácio de Bayreuth, e diz-se que foi vista pela última vez em 1879.
A morte de Frederico I, o primeiro rei da Prússia, em 1713 foi precipitada pela sua crença na Dama Branca. A sua segunda mulher, que sofria de uma loucura ligeira, costumava vestir-se de musselina branca. Certa tarde, escapou-se das suas aias e atravessou uma porta de vidro antes de entrar nos aposentos de Frederico. O rei acordou da sua sesta e ficou tão aterrorizado ao ver a aparição vestida de branco com sangue a escorrer pelo vestido que adoeceu. Morreu pouco depois, convencido de que a Weisse Frau o tinha amaldiçoado.

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sábado, 1 de agosto de 2009

Candlemas

Um vento gelado soprou no rosto dela quando chegou à clareira do velho bosque. Esteve ali muitas vezes. E antes dela muitos já estiveram. Uma chuvinha fina caía, tornando tudo ainda mais frio e nebuloso.
Aproximou-se do velho altar, uma pedra arredondada junto ao tronco de uma árvore centenária. Pôs sobre a pedra a lanterna que trazia iluminando o caminho pelo vale, pela charneca, até o bosque.
Cobriu a cabeça austeramente com o capuz e fez a solene e antiga reverência. Crânio e ossos. Morte e ressurreição. Uma rajada súbita veio de longe golpear seu rosto, trazendo a força da Antiga Fé.
Chamou pelos Antigos e foi ouvida.

Meditou por um tempo indeterminado ao pé da pedra, sem sentir o frio. No ventre desta velha terra, tudo que parece morto, espera a hora de renascer. Escava com mãos aduncas, forçando a terra em busca da luz. Os mortos não querem voltar para o túmulo...
Teve um sobressalto, um arrepio transpassou a coluna. Um sapo escuro e gordo saiu do seu esconderijo e coaxou alto. A fala dos mortos.
A noite ia chegando rapidamente.

Ergueu a taça em honra da Grande Transformação. Bebeu o doce e rubro líquido. Sentiu aquecerem-se todas as partes do corpo.

Isso é bom, pensou, desejando que esse calor aquecesse as criaturas da noite e alimentasse a sede dos Velhos.

Despejou o restante da bebida sobre a pedra. E aquele líquido foi levado para a terra, de lá para as entranhas do sangue, do sangue para o longe, para o além... que também era dentro dela, de seus olhos, das miríades de olhos, das constelações, até os brilhantes olhos do Lorde da Luz!
E ela sentiu-se invadida, devagar e avassaladoramente pelo amor Dele.

Uma força explosiva que saltou como duas asas em suas costas e como um feixe de luz do topo de sua cabeça. Amor... como o amo, amo... E depois nada mais viu.
Quando voltou a si, jazia caída ao pé da pedra, suando como se fosse pleno verão. A noite devia já ir alta.


Refez a saudação antiga, apanhou a lanterna e seguiu pelo caminho até fora do bosque.
Ao longe já podia ver o clarão das luzes nas janelas das casas, luzes que todo ano chamavam a vida de volta porque era Candlemas...
Por Luz le Fay