terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Contos Inacabados

Um Conto de Natal

Era uma noite chuvosa de Natal, o frio cortante fazia com que ela se encolhesse junto a um poste.

Esperava o ônibus.

Apesar das luzes coloridas e do ar alegre que envolvia a época, e que todos chamavam de “espírito natalino”, Lilian sentia-se sempre muito distante disto tudo. Embaixo do casaco de couro preto seu corpo frágil e cansado não via a hora de envolver-se em quentes lençois numa cama bem aconchegante. O escuro da rua e a chuva muito forte não a impediram de divisar, a alguns metros, a placa iluminada do seu ônibus 124 via Centro.

Saiu da precária proteção do poste e esticou o braço para que ele parasse. Nesse instante uma moto se impôs entre a calçada e o veículo a toda velocidade, fazendo com que o ônibus desviasse para a esquerda, não podendo parar. Como se ainda fosse pouco perder o último ônibus da noite, a motocicleta ainda arremessou uma torrente de água gelada sobre Lilian. Irada e encharcada, ficou ali parada sem saber o que fazer e tremendo ainda mais que antes.

Com dificuldade olhou o relógio, 1:30hs, como ía vou para casa agora? Andando... respondeu a si mesma com tristeza.

Lilian já caminhava há alguns minutos quando um sujeito mal encarado a abordou.

- Não grite, basta me passar o dinheiro e não vou te fazer nenhum mal - disse ele apontando algo que ela julgou ser uma arma. Tremendo começou a lutar contra o zíper da bolsa.

- Anda, tá demorando muito! - O sujeito expôs o revolver e o encostou ao rosto dela, - se demorar mais um minuto vai morrer, gatinha.

- Eu acho que não, alguém falou na escuridão da rua. Um homem se aproximava, andando devagar. Seu sobretudo tremulava, era um vulto completamente negro pois estava contra a luz do poste mais distante.

- Largue a moça! - Ordenou com uma voz de trovão.

- Que é que há meu irmão, fica na tua, ninguém te chamou aqui. Quem é você, o Bátmam? O vulto se aproximou ainda mais e o ladrão avançou para ele, apontando a arma.

Num piscar de olhos ouviu-se um tiro ecoar na noite.

Lilian viu a arma na mão do homem de negro, sentiu suas pernas bambearem como se fossem de borracha e depois o baque no asfalto molhado.

***

Algo se moveu na escuridão, fazendo barulho, e Lilian acordou.

Tentou ver o lugar onde estava, mas os olhos turvos e a mente confusa não ajudavam.

Aos poucos a penumbra...

Viu que o local era estranho, definitivamente não é meu apartamento, pensou e precipitou-se a levantar, quando percebeu que havia mais alguém com ela.

- Olá, disse uma voz forte de homem. Lilian balbuciou alguma coisa e ele se apressou em dizer,

- Não se preocupe você agora está salva.

- Quem é você? - gaguejou ela, por fim.

Ele desencostou da poltrona e surgiu na luz do abajur da sala. Os cabelos longos e levemente grisalhos, refletiam a luz como prata, os olhos de um mel claro, tinha uma luz estranha, não humana. Tinha uma barba igualmente grisalha e lisa, um homem de uns 70 anos, pensou ela.

Seu charme era quase palpável, estava metido em um terno negro, assim como a camisa de dentro, o que realçava muitíssimo um cordão de prata que trazia no pescoço. Ela deixou cair o queixo quando viu o pingente, também de prata, parecia um símbolo antigo, talvéz germânico.

- Meu nome é Nicolai Claus, mas alguns me chamam de Mr. Winter.

Nicolai Claus, ecoou ela, que homem mais... estranho...

- Lilian...- e de repente lembrou-sede tudo, do ônibus, do assalto.

- Oh, meu deus! Muito, muito obrigada por ter me ajudado, me desculpe é que ainda estou atordoada e...

- Não se preocupe- interrompeu ele, sorrindo. Lilian tentava a todo custo arrumar seus pensamentos, mas só conseguia ver o rosto desse homem, sua presença a perturbava demais.

- Bem... Não sei o que dizer - falou, por fim. Mas Nicolai levantou-se e saiu, sem nada responder, o que lhe pareceu bastante excêntrico. Lilian notou, impressionada, como ele era alto. Talvez tivesse um metro e noventa, parecia forte, poderoso, apesar da idade.

A sala ficou em total silêncio.

Lilian perscrutou a escuridão quebrada apenas pelo pequeno abajur ao lado da poltrona onde Nicolai estivera sentado. Levantou-se e andou com cautela, tentando enxergar o local. Era uma biblioteca luxuosa, as estantes de madeira escura iam até o teto, havia uma mesa comprida e pesada a um canto do aposento e, no centro, dois sofás de couro e a poltrona, iluminada pelo abajur de pé. Uma pequena pilha de livros descansava sobre a mesinha redonda de centro. Olhava distraída os vários quadros nas paredes, agora que a vista se acostumara ao escuro. Um jardim muito extenso, um senhor distinto e sério pousando ao lado de uma criança robusta, nenhuma natureza morta, pensou ela aleatoriamente.

Foi quando viu um quadro que a chocou.

Seu rosto estava ali pintado com esmero e perfeição. Não pôde acreditar. Correu à bolsa e trouxe de lá um isqueiro. Era ela de fato, um pouco mais velha, talvez... Mas, o que significa isto? À sua frente abria-se o comprido corredor por onde Nicolai saíra. Sentiu-se confusa, milhões de pensamentos estranhos percorreram sua mente.

Então sentiu uma presença.O ar se modificou.

Ele estava ali, junto a seu corpo.

O isqueiro apagou, ela tentou em vão reacendê-lo. Não funcionou.

E veio sua voz, rompendo o silêncio tenso. Ele falou com uma voz de outro mundo em seu ouvido, roçando o queixo em seu pescoço.

- Nas noites de Natal, no solstício de verão, todos sabem, o Caçador Selvagem, correndo atrás do Sol, carrega consigo a alma daqueles que encontra pelo caminho. Não devia perambular por aí, mas parece que você se esqueceu.

Era mais um sussurro do que uma voz.

E de repente Lilian se viu jogada novamente no asfalto molhado, como se tivesse acabado de desmaiar após o assalto.

Havia sangue.

Sangue escorrendo de sua cabeça por um buraco de bala.

Estava morta?

Não sabia, não conseguia entender porque continuava vendo tudo, vendo o asfalto molhado onde as luzes coloridas se refletiam em fachos quase psicodélicos, ouviundo os sapatos do bandido chocando-se contra o chão e as pedrinhas do asfalto e o chiado das pedrinhas com a água, e a sombra do homem de negro se distanciando... Não compreendia, mas queria fugir dali, o mais rápido possível.

Tentou levantar-se, não conseguiu, mas olhou para o céu escuro, como a procurar ajuda.

As poucas estrelas iam sumindo por trás de uma núvem escura e espessa que começava a se formar. Um vento gélido e furioso começou a soprar e ela ficou petrificada ao distinguir em meio a núvem negra um cavalo branco com cascos de fogo. Montado nele uma figura horripilante, de rosto sinistro.

O que parecia ser um homem de cabelos e barbas cinzentas usava um capuz negro combrindo parcialmente seu rosto fantasmagórico, trazia numa das mãos uma lança pontiaguda e nela corpos de pessoas penduradas. Uma matilha de cães e outros seres demoníacos corriam atrás do homem e seu cavalo sinistro em meio a uma esteira de ossos humanos e animais.

O ser nefasto dirigiu seus olhos fantasmagóricos para Lilian e como um ráio transpassou seu corpo frágiu com a lança de madeira pontuda.

Ela ainda pode enxergar por um instante os primeiros raios do Sol nascente no Leste e reconhecer a face distorcida de Nicolai Claus.

*Baseado no mito de Wotan, ou Odin, o caçador selvagem.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Limpeza já!


Final de Ano!
Limpeza já!
Essa época do ano é ótima para fazermos aquela limpeza! Jogue fora tudo, mas tudo mesmo, que não serve mais. Junte tudo em sacolas e destine: roupas para doar, caixas e coisas de papéis para recliclar...
É uma delícia sentir seu armário limpo, arrumado; seu guarda-roupa renovado, e melhor, ajudando outras pessoas!
É incrível como depois de uma boa limpeza as energias fluem melhor, como a casa fica iluminada e tudo parece mais feliz e leve.
Se você não fez isso ainda esse ano, corra, dá tempo!
Apreveite a energia mundial de passagem para outro ano para mudar algo na sua vida. A velha e manjada frase "ano novo, vida nova" tem seu valor. A limpeza também pode e deve ser espiritual, mental, até física, tá valendo!!
Muuuito importante: limpe astralmente sua casa e você mesma.
Receitinhas:
Para a casa -> num braseiro queime as seguintes ervas secas: alecrim, manjericão, e arruda. você pode recitar a seguinte reza enquanto defuma:

Em louvor do Santíssimo Sacramento do altar,

Esta minha casa eu estou a defumar,

Para que todos os espíritos maus,

Inveja, praga, mau-olhado

E artes diabólicas se hão-de afastar.

E a paz de Jesus nos venha abençoar.

(abrir a porta da rua e dizer três vezes)

Em louvor de São Bento

Sai o mal para fora que entre o Bem para dentro.


Vá passando cômodo por cômodo em movimentos circulares.
Depois acenda um inceso de canela ou alfazema para preencher o local limpo (em magia nunca se deve tirar algo sem por outro algo no lugar) e Be Happy!!!
Para você -> prepare um banho com as seguintes ervas: manjericão, elcalípito, arruda e erva-doce. Esquente a água e ponha as ervas em infusão. Depois coe e acrescente um punhado de sal grosso e gotas de óleo de menta. Jogue no corpo do pescoço para baixo, lentamente mentalizando a purificação e limpeza de todos os males que te afligem.
Depois vista-se e use o seu perfume preferido. O perfume é para preencher o que foi tirado e também para proteção. E be happy again!!!! hehehe


E vamos ser mais leves e felizes! Nao deixe pra depois o que você pode fazer HOJE!!!

Essa mensagem é especial!

Ainda volto para desejar feliz natal hehehe
Ah! aguardem, breve um conto de natal pra vocês em CONTOS INACABADOS.
Beijosss e ótimo final de semana!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ciclo de Conferências: Henri Atlan

As Conferências

Nos dias 21 a 22 de dezembro, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através do Grupo de Estudos da Complexidade – Grecom, promoverá o ´Ciclo de Conferências: Desafios do conhecimento, enigmas do sujeito`. O evento contará com a participação do médico Henri Alan, pesquisador e professor emérito da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris.

A programação do evento será iniciada no dia 21, com as conferências ´Mito e Ciência`, às 10h; e ´A Sobre-determinação dos modelos pelo observador: uma propriedade dos sistemas complexos`, às 17h, no auditório da BCZM. No dia 22, às 18h, acontece a conferência ´Últero Artifical`, no auditório da Livraria Siciliano, no Shopping Midway Mall.

Para mais informações acesse www.ufrn.br/grecom ou calmeida17@hotmail.com ou ligue para os telefones 3215-3525 e 3211-9218.
Fonte: Portal da UFRN

Henri Atlan

Henri Atlan é um dos pesquisadores e intelectuais mais ativos
da Europa contemporânea, é médico, biólogo e professor em Paris.
Membro do Comitê Consultivo Nacional de Ética das Ciências
da Vida e da Saúde da França, Atlan conduz pesquisas de ponta
sobre as novas contribuições da biologia sobre a organização do
ser vivo.
Entre o Cristal e a Fumaça, seu livro mais conhecido, ele nos fala que
os seres vivos não são estáticos e rígidos, como os cristais. Tampouco são
evanescentes e transitórios, como a fumaça. Que entre a
simetria perfeita e a imprevisibilidade completa,, a natureza desenvolveu
uma forma de organização, ainda desconhecida e misteriosa, na qual
substâncias, células e tecidos são continuadamente renovados, mantendo
a estabilidade do ser. Para Atlan, presente no mais simples dos organismos e
impossível de ser imitado, esse processo de auto-organização, que não é
outra coisa senão a criaçãode ordem a partir da desordem, nos depara com
o próprio segredo da vida.





quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Contos Inacabados

O Bosque dos Agoniados

Por Luz Le Fay
Três


O velho Alexandro deu um sorriso maroto.
- Tem mulher nessa jogada? Hein? Hein? – falou cutucando o braço de Paulo, que odiava isso com todas as forças.
- Não cara...
-Não tem galho, mas vou te avisar, ninguém pode sonhar que te deixei ficar no laboratório no final de semana! – falou o bigodudo Alexandro, ainda com o sorriso maroto no canto da boca.
Paulo, que preferia se ver livre logo do cara e conseguir seu intento, deu uma risada de cúmplice e bateu no ombro do Alexandro, guardando as chaves do laboratório rapidamente.
- Mas me conta, quem é a garota?
Paulo deu uma risada, que achou mais apropriada que uma resposta, e foi deixando a sala do bigodudo que ainda lhe lançou uma piscadela.


Aliviado, Paulo seguiu a passos largos pelo corredor, cumprimentando um e outro aluno que passava. Seguiu para a o laboratório.
Era a primeira parte do plano já em andamento. Ficaria as duas noites do final de semana vigiando o bosque, as árvores, os baquinhos da praça e a mulher misteriosa.


Paulo soubesse ou não, naquela mesma noite haveria uma lua muito estranha no céu, rajada de fluidas nuvens, como se alguém houvesse passado a mão sobre um véu de fumaça branca e translúcida. Um círculo avermelhado também circunscrevia a bela lua cheia de verão.
Cedo da noite, Paulo se posicionou numa das janelas do laboratório de informática da universidade, de onde tinha uma visão ampla.
Estava obcecado pelo mistério.


E hoje ele descobriria.


Por volta das 23 horas daquela sexta-feira o campus inteiro já estava deserto. Um silêncio sepulcral parecia pesar ainda mais o ar quente da noite. Nunca parei para observar como isso aqui é sinistro quando vazio... Coçou os olhos que já ardiam de tanta fixação.
Fora um pio de coruja e a movimentação de gatos e gambares nas árvores, tudo estava tomado do mais profundo silêncio, as árvores mal sediam à brisa morna da noite.


Tudo parecia esperar...


Uma enorme nuvem cobriu temporariamente a lua e Paulo escorregou para o sono que teimava em fechar-lhe os olhos.

Silêncio.

Silêncio e escuridão.

De repente, um grito esganiçado cortou o ar com força de uma espada, ecoando pelo bosque a dentro. Paulo quase caiu da janela quando pulou alarmado. Desgrenhado, com os olhos ardendo e fora de foco, tentou ver o que se passava lá fora.


O grito se repetiu, seguido de uma voz baixa e sinistra que fez todos os cabelos de Paulo se eriçarem de só vez.


A nuvem finalmente descobriu o olho claro e prateado da lua e os raios insidiram sobre a cena insólita. Tão insólita que Paulo até hoje não sabe se pode confiar na sua sanidade mental:


Havia um homem e uma mulher.
Paulo reconheceu o rapaz que viera a seu escritório e o ameaçara com aquela conversa estranha, que agora não parecia assim tão desprovida de algum sentido, mesmo sabendo Deus qual seria. A mulher era a mesma que ele também vira, a misteriosa criatura que desaparecera na praça.


O homem gesticulava para ela, calmamente... parecia apontar para o alto. Enquanto a mulher mostrava-se claramente desesperada, e não havia dúvidas que o gripo fora dado por ela. Paulo esticou o pescoço para fora da janela e concentrou toda sua atenção na cena, tentando ouvir o que era dito.
- Não lute – dizia o sujeito que usava um sobretudo negro, embora fizesse um calor insuportável.
- Não... não! – exclamava a pobre mulher puxando o braço que o rapaz agora segurava com aparente delicadeza – o que eu fiz para merecer isso?! Por favor, por favor não!! – agora começava a aumentar a voz que resoava entre as árvores.


Os olhos faiscantes do rapaz se fixaram na sua pobre vítima e ela emudeceu de repente, como um rato fica paralisado ante uma naja.


Paulo não agüentava mais, já fazia menção de ir em socorro da mulher quando um vendaval ululante chegou até o bosque. As árvores se debatiam com a força das rajadas dos ventos, um uivo feroz vinha de toda parte onde o vento pentrava por entre os galhos, as frestas dos telhados. A janela onde Paulo se achava começou a zapiar de um lado para o outro perigosamente. Os gatos disparam com seus olhos espelhados votando-se assustados para todo lado. No meio daquele pandemônio, nenhum ser vivo parecia ter restado pelos arredores.


Paulo segurou a janela com força e tentou em meio à ventania novamente localizar o casal.


De repente os dois não estavam mais lá!


Nada.


O vento foi acalmando, as árvores parando de balouçar-se fortemente. A janela cedeu vagarosamente. E Paulo alucinado saiu correndo em direção à praça, a procura de algum dos dois, ou de qualquer indício deles. Algo que não deixasse que aquele mistério ficasse para sempre inacabado.


Nada.


Mas, não sabendo porquê, a luz da lua chamou a atenção de Paulo que levantou a cabeça e viu a estranha formação no céu. O círculo estava agora sem a névoa esfumaçada. A lua já descera muito. E o céu passara a mostrar suas estrelas.


Primeiro viu as três estrelas encarrilhadas. Constelação de Órion.


Depois sua vista se firmou melhor e ele viu. O caçador estava pomposa e claramente apontando sua espada para o Sul. Paulo instintivamente seguio com o olhar a direção da lâmina. E lá, bem embaixo dela uma árvore enegrecida rasgara a passagem de cimento da praça, para estranhamente posicionar-se onde não devia. Não lembro dessa árvore aqui antes...


Paulo aproximou-se mais e ouviu um choro baixinho.


- Vá embora... vá embora... - disse uma vozinha vinda de dentro da exótica árvore.


Seus pelos eriçaram-se ainda mais e ele, com muito medo rapidamente voltou para o laboratório, trancando todas as portas e jurando a si mesmo que tudo aquilo não passara de um sonho.

De uma loucura causada pela lua e pelo calor do verão.



***



Passadas dali algumas semanas, Paulo passeava pelas estantes da biblioteca e de repente encontrou um livro intitulado: Ritos de Morte. Folheou até parar numa página onde se lia: "como os povos arcaicos enterravam seus mortos no oco das velhas árvores, podendo algum deles perpetuarem-se para a eternidade como verdadeiras árvores...". Mais a frente "... muitas das almas fugitivas que vagam pela terra são recuperadas pelo velho caçador que vem buscá-las nas noites frias do inverno do hemisfério norte..."


quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Contos Inacabados

O Bosque dos Agoniados

Por Luz Le Fay
Dois


Algumas coisas realmente estranhas podem acontecer na vida de um homem.

E era justamente uma dessas coisas que agora passara a ocupar boa parte dos pensamentos de Paulo. O bosque obscuro, a mulher e o sumiço insólito... As perguntas ferviam na sua cabeça. Primeiro precisava saber se o que ocorrera “ocorrera de verdade”, depois o que significava, quem era, o que era aquela mulher? Enfim, será que estava ficando louco? Todos os dias depois do “ocorrido”, Paulo ficava até tarde da noite peranbulando na praça das árvores, esperando ver novamente a moça misteriosa no banco do pequeno bosque. Todos os dias ele se sentava à sua mesa no núcleo de tecnologia da universidade e tentava se concentrar em suas tarefas, mas as perguntas insistentes não só não cessavam como se complexificavam e se ramificavam em teorias cada vez mais mirabolantes. Estava assim como imerso nas teias de seu raciocínio quando um fato mudou tudo.


Era uma tarde quente e as portas e janelas do laboratório estavam abertas. Paulo estava lá, olhando o nada, absorto nas teorias quando foi interrompido por um rapaz estranho debruçado sobre o balcão da recepção. Os olhos cintilantes pareciam alertas, embora extremamente calmos. Era bonito, com cabelos compridos presos em uma trança. Paulo achou estranho que ele estivesse vestido tão bem para aquela tarde quente.
- Ela – disse o sujeito, apontando um dedo para a porta – sua secretária, não estava, então não pude me anunciar pelos meios comuns. – e deu um sorriu enigmático.
- Sou Azhael – ele ofereceu um aperto de mão - Lúcio Azhael.

Paulo esitou um pouco analizando o rapaz estranho, de nome estranho... seria descendente de judeus? - finalmente o cumprimentou, dizendo seu nome e convidando-o a sentar numa das cadeiras de frente para sua mesa de trabalho.
- Posso ajudá-lo, Lúcio?
- Acredito que sim – recostou-se na cadeira unindo os dedos das mãos - desde que fique com o seu nariz metido entre estas máquinas e deixe de conversar com as árvores. – Falou o estranho e Paulo ficou primeiro perplexo pela frase claramente ameaçadora, embora dita de forma neutra, quase gentil. Depois porque não entendeu aquela conversa estranha. Fitou os olhos do sujeito. De que diabos essa cara está falando? Eu não falo com árvores!

Mas, como uma luz forte sobre seus olhos, viu-se revivendo o ocorrido na praça das árvores, no bosque da universidade... E se deu conta que alguém também vira a moça, ou seja, ele deduziu que o sujeito estranho estava falando da mulher na praça. Espere, não conversei com árvore nenhuma, e sim com aquela mulher...
- Aquela mulher não é assunto seu. – afirmou o homem como se pudesse ouvir os pensamentos de Paulo – ela já foi castigada por sua ousadia.
- Espere, espere! Quem é você? Do que está falando? Se for sobre a moça na praça...
- Você terá entendido quando parar para refletir. - disse o homem e levantou-se, parecendo a Paulo que ele fosse mais alto e forte do que pensara. - Vim para avisá-lo e já o fiz, isso só faço uma vez. – e o estranho saiu pela porta calmamente.
Paulo ficou lá, com os cotovelos na sua mesa, perplexo. Agora tudo se complicava ao extremo.

Ou não.


Como se não bastasse um mistério para torturá-lo agora havia outro. Um sujeito estranho, vestido de modo nada conveniente para o clima dessa cidade, entra na sua sala para ameaçá-lo por algo que ele mesmo nem sabe do que se trata. Se sua curiosidade em relação à moça da praça estava aguda, agora se tornara quase obsessiva. De modo que resolveu seguir mais firme na investigação e no desvendamento daquela loucura... mesmo não esquecendo a ameaça “gentil” do sujeito elegante.


E às quatro da manhã daquele dia já tinha um plano.


CONTINUA

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Contos Inacabados

O Bosque dos Agoniados

por Luz Le Fay





Um


Um vulto de homem cruza as ruas escuras da cidade. As luzes dos postes, fracas, iluminam apenas uma pequena área ao redor, ele foge das luzes, gosta da noite. A noite das criaturas divinas, das manifestações, das gestações. Seus olhos cor de aço brilham quando se volta para abrir a porta do carro. Do outro lado da rua, as árvores em seu balé calmante testemunham tudo, tudo o que não pode ser visto por olhos humanos. Testemunham a volta dele. Ele sorri com satisfação, seus lábios bonitos se abrem para dentes perfeitos e ele entra no carro e dá a partida.
Minutos depois Paulo desce de um táxi. Os olhos fixos na fumaça do cigarro, paga o motorista, distraído, e entra pelo portãozinho de ferro que emite um lamento, rangendo. Já se dirigia ao seu destino – o laboratório de imagem e som da universidade – quando ouve um choro vindo da pequena praça das árvores. Volta-se, procura ouvir novamente. Silêncio. Pensa que foi impressão, aquelas árvores rangem e assoviam sob a força do vento... Deve ter sido isso. Deu um passo e novamente ouviu o choro. De mulher. Triste, um lamento. Seus pelos se arrepiaram quando perscrutando a noite com o olhar não vê nenhuma mulher ali. Estava assim concentrado quando uma luz no segundo andar o trouxe à realidade. A luz caiu sobre alguns espaços da praça e ele ficou pasmo com o que viu.

Havia sim uma mulher no bosque. Cuja a obscuridade havia protegido do seu olhar. Mas agora sob a luz ele pode ver o perfil delicado voltado para as mãos que torcia sobre o colo. Parecia bela e jovem. Paulo coçou a nuca, como sempre fazia ao pensar, e se balançou nas pernas. Não parece uma das alunas da noite e já está bem tarde todos já devem ter ido. Olhou o relógio, quase 23 horas. A figura recortada pela luz permanecia imóvel, sentada num dos bancos sob as árvores. Depois de muito ponderar, Paulo resolve se aproximar da mulher. Segue pelo caminhozinho de pedras miúdas, os sapatos chiando e parecendo fazer o barulho mais alto do mundo. Ao notar sua aproximação a moça enxuga os olhos e fita o homem que pára a sua frente.
- Você está bem? – pergunta Paulo e emenda – há algum problema?
A moça levanta-se do banco assustada.
- Tudo bem... – enxuga os olhos com o dorso da mão. – já está tarde...
- É... – diz Paulo, analisando a moça sem perceber. – A essa hora todos já estão indo embora, é perigoso você ficar aqui.
- Eu sei... É perigoso para você também. – a moça lança um olhar que Paulo considera no mínimo estranho.
- Você está realmente bem, desculpe, é que vi você chorando... – arrisca ele.
- É verdade. Choro pelo meu destino. – a moça fez menção de ir embora, mas Paulo não pode conter a curiosidade e disparou:
- Que destino?
Aí a moça fez uma coisa que pareceu a ele, Paulo, um professor de “tecnologia da informática”, a coisa mais estranha, mais insólita que ele já vira: ela apontou para uma das árvores retorcidas da praça e quando ele virou-se para pedir uma explicação, a moça havia desaparecido.




CONTINUA

Ela é bonita... tem assim, aquele rosto angelical, meio menina, meio mulher... quanto a isso não há dúvidas. Descobriu o poder da aparência pois o mundo sempre se rende ao seu sorriso.

Mas parece que isso não basta.

Nunca basta...

Atraente como uma gata, ela é. Olhos que enfetiçam, mas unhas que podem ferir. Tantas e tantas vezes ela se viu sozinha, sua beleza se perdendo, se deteriorando no tempo.

Como uma rosa rubra e aveludada vai ficando seca e murcha, negra e despetalada, não colhida por ninguém...

E ela sempre, sempre fita o céu - deve ser por isso que vê mais estrelas cadentes que todo mundo! - o céu tão belo, tão distante, assim como ela.

As vezes pensa que é estranha, estrangeira. Enquanto ela vê cores e vida lá do alto da passarela, no horizonte multicor do fim de tarde, as pessoas passam, os carros passam, a vida passa, e todos parecem não ver. Os olhos não vêem, são baços.

E no meio do movimento incessante algo a parou. Ela era uma coluna sobre saltos 15.

Um folheto do Bob's nas mãos.

O tempo correndo e ela imune.

De repente era o centro de tudo, ao seu redor, acima e abaixo, pode ver tudo e além. Não havia limites para essa sensação, se via de fora, do alto, como aquela criatura humana no meio de tudo...

Que significaria essa visão?

"é viagem?" ela ouviu dizerem.


"A senhorita vai levar pra viagem?" Era o moço do Bob's perguntando.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Natal Feliz sem embrulho!

Olá pessoas.


E chegou a época natalina. há poucos anos atrás eu não só não gostava, como tinha ódio do Natal. Nada contra a festa em si, não, mas eu ficava deprimida, triste por motivos vários. Criamos, mesmo sem querer, uma espectativa de festa em família, presentes, confraternização, muita comida gostosa, etc, etc. Tudo isso que a mídia trata de exaltar todo ano mal chega novembro.


Aí, é claro que não estamos nos EUA, nem na Europa, e que vemos é pobreza, desentendimentos e muito, mas muito calor.


Eu olhava isso tudo e ficava revoltada e triste.


Mas hoje não penso mais assim. claro que continuo vendo tudo isso e não gosto nem um pouco, especialmente quando sei que muitas pessoas sofrem de fome e solidão no Natal.


Mas, sabe... eu vejo o Natal hoje com o meus olhos de criança e fico feliz.


São as coisas simples que encantam as crianças: as luzinhas em casa e pela cidade, as comidinhas da ceia, até a missa de Natal! Sim, é belo todo esse ritual, se visto sem o consumismo que a ele agregaram.


Não corro pra comprar presente, nem roupa nova, nada disso. Eu curto a atmosfera mágica que toma conta de boa parte do mundo. Curto essa energia que, bem ou mal, é positiva, como curto todo rito religioso, místico, mítico.


Então, vejo o Natal assim hoje em dia... pode ser que eu mude de idéia lá na frente, mudar de idéia é saudável e inteligente. Mas, por enquanto encontro alguma felicidade na contemplação dessa data.


O que é essencial do Natal é o que precisamos resgatar, ou seja, o nascimento de Jesus, o deus sol, a força da solidariedade, da compaixão, do amor entre os povos. O costume de presentear veio muito provavelmente do ato dos três reis magos que trouxeram presentes para o menino Jesus, mas eles não embalaram em caixas de plástico com papel alumínio e fita de seda!!!. Então, vocês gostam de dar presentes - o que aliás é bom em qualquer data hehehe - tentem optar pelo mínimo possível de lixo que sobrará do presente. Assim como mostra a ilustração da campanha "Natal sem embrulho":

Beijos nos corações!!!

Luz

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Já repararam como a maioria de nós se preocupa mais com coisas grandes que com pequenas? Por exemplo, todo mundo se preocupa com a guerra, pois ela arrasa pessoas e nações, causa males globais, não há dúvida!
Mas, e a guerra do dia-a-dia? Já pararam para pensar que enquanto a guerra é um fato exporádico - embora sempre iminente infelizmente -, o corpo a corpo da vida diária é constante? Tão constante que se tornou "normal". Guarrei um ódio desse palavra "normal"! O que é normal, meu povo?
Dá-se logo o adjetivo de normal a tudo que acontece sempre e, aparentemente, não se pode mudar.
Mas, enfim, mesmo que muitos achem normal o atrito humano diário, ele não é!
Então a gentileza e a educação são anormais? Sabe que às vezes realmente parece...
Vocês já se sentiram Ets por tratarem alguém bem? Eu já!!! As pessoas nos olham com desconfiança ou achando meio ridículo. Já me senti como aquelas senhorinhas simpatiquinhas que todo mundo acha legal, mas sai logo de perto porque a pessoa parece que tem um parafuso a menos kkkkkkkkkkk
Enfim, estive refletindo sobre a guerra da vida, e portanto, sobre a paz na vida.
Devemos cultivar a paz, não só a PAZ MUNDIAL que tantos desejam. As paz mundial começa ao nosso redor, pois o mundo é onde você está agora.
Se cada um de nós levar a paz conosco a todos os lugares que formos, pense que logo uma linda teia de luz, de agradável bem estar tomará as ruas, as cidades, os paízes e aí o mundo.
Para a paz é preciso desarmar a alma.
Ser mais tolerante, menos egoísta.
Perdoar o outro.
Aceitar o poder de ceder, pois dar a vez a outra pessoa é um poder para poucos num mundo em que as pessoas querem tomar a vez dos outros a qualquer custo.
Porque a noção de poder está deturpada.
Poder não é vencer.
Poder é comando sobre as situações, é a capacidade de tomar decisões, não importa quais.
Poder é responsabilidade sobre si e sobre seus atos.
O que menos existe nesse planeta são pessoas com poder, pois é difícil para nós termos consciência de que esse conceito está torto, superar as imposições cuturais e sociais que exigem de nós a vitória sempre. E a vitória é sempre em detrimento do outro.
Então, desejo que tenhamos mais momentos de lucidez, de consciência, e que não tenhamos vergonha de ceder. Pois fortaleceremos cada vez mais nosso espírito para podermos um dia merecer o poder que está latente em cada um de nós: sentelhas divinas que somos!
Paz e Luz

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Tudo vale a pena SIM!

Não sei dos motivos que levam um ser humano a ter a péssima idéia de criar um animal quando não gosta de animais.
Porque nem venha me dizer que "gosto de gatos porque eles são tão fofinhos e lindos", como se isso fosse motivo suficiente.
Fofinhos e lindos são também os bichinhos de pelúcia!
Essas pessoas deviam se contentar com uma fofura NÃO VIVA!

Estou dizendo isso, com tamanha indignação, porque desde ontem um pequenino gatinho está miando aqui por perto da minha casa. Só hoje, passando pela calçada o encontrei. Estava em cima do muro do vizinho, tadinho. Faminto, e pior: com os olhinhos colados por uma infecção!

Coloquei leite para ele, mas o pobrezinho além de não enxergar provavelmente estava assustado e febril devido a infecção.
Fui buscar água fresca, algodão, soro fisiológico e pomada, que por sorte tenho aqui.
Algumas pessoas que viram meu empenho logo disseram "menina, não pegue nisso não, sabe lá que doença o gato pode ter", a outra "ele deve ser cego".

Resultado, depois que fui limpando os olhinhos do gato, ele soltou o pus dos olhos e depois de limpos estavam absolutamente normais. O bichinho voltou a enxergar! Passei a pomada e coloquei-o de volta no muro com uma generosa tigela de leite com ração.

Digo que tudo vale a pena sim pois vocês não imaginam minha alegria quando o gatinho voltou a enxergar!

Não posso adotá-lo pois já tenho 3 gatos e um cachorro.
Mas, se alguém quiser ficar com o bichinho é só falar, ele é macho, mourisco.
Vou tirar umas fotos dele e posto aqui mais tarde.

Beijos no coração.

Ps. Esse tipo de coisa acontece porque os donos irresponsáveis não castram seus gatos. Saibam que machos podem ser castrados por apenas 70 Reais em qualquer veterinário. As fêmeas são um pouco mais custosas pois se trata de uma cirurgia de esterectomia: 130 Reais.
Mas vale a pena, é tranquilidade para o resto da vida do bichinho e do dono hehehe.

Miss Imperfeita



Vale compartilhar com vocês o belíssimo texto de Martha Medeiros - Jornalista e escritora


'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. A imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe, filha e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado, decido o cardápio das refeições, cuido dos filhos, telefono sempre para minha mãe, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos e ainda faço as unhas e depilação!E, entre uma coisa e outra, leio livros.Portanto, sou ocupada, mas não uma workholic.

Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.

Primeiro: a dizer NÃO.

Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.

Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros..Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.Você não é a Mulher Maravilha e nem a Super-Mãe-doSuper-Boy, ou a Mulher Biônica (lembra dela?). Você é, humildemente, uma mulher.E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.

É ter tempo.

Tempo para fazer nada.

Tempo para fazer tudo.

Tempo para dançar sozinha na sala.

Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.

Tempo para sumir dois dias com seu amor.

Três dias..

Cinco dias!

Tempo para uma massagem.

Tempo para ver a novela.

Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.

Tempo para fazer um trabalho voluntário.

Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.

Tempo para conhecer outras pessoas.

Voltar a estudar.

Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.

Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.

Existir, a que será que se destina?

Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!

Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.

Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.

E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.


Fonte: Jornal O Globo

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

On line

Olhaê! Gostaria de agradecer aos meus leitores, que embora não comentem, eu sei que lêem minhas postagens, e que visitam esta casa!
Um abraço forte em todos vocês!
Agora, vocês que estão neste momento on line aqui, ou seja estão na minha sala de visitas, na minha cozinha de bruxa, dando uma espiada nos meus livros na estante... enfim, um beijo nas suas bochechas!
Muito obrigada pelas visitas especialmente do pessoal aí do Rio, do interior de Sampa e até do Canadá!!! \O/ uhuuuu
Espero o comentário de vocês, digam se estão gostando do blog, façam perguntas, sugestões, etc.
É isso!
Beijos e muita Paz e Luz a todos!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Tantas coisas que não compreendemos...

Ela chegou em casa.
Como de costume, deixou os sapatos na entrada, para não trazer para dentro do seu lar as impurezas da rua.

Pendurou a bolsa no cabide do escritório e logo sentiu o corpo esguio e macio de sua gatinha enroscando-se em suas pernas.

Com uma exclamação doce, tomou a gatinha em seus braços e a beijou.

Foi quando olhou naqueles enormes e azuis olhos felinos, e viu...

A princípio não passou de uma impressão, mas depois, por um segundo, pensou se tinha visto o que tinha visto, realmente.

Voltou a olhar.

E as pupilas da gata estavam lá, dilatadas, fixando algo muito interessante acima da cabeça dela.

Foi quando viu novamente, e agora não havia mais dúvidas.

No espelho da pupila negra e dilatada da gatinha ela viu seu próprio reflexo e, atrás de si, enormes asas brancas!

Imediata e instintivamente soltou a gata e virou-se para ver o que havia atrás de si mesma.

Nada.

Nada além da sala iluminada de sua própria casa, tendo ao fundo a visão da gatinha andando alegremente em direção a vasilha de ração.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Todo mundo, vamos lá!
Unidos pelo ideal da paz no mundo!
Um evento realmente ecumênico, pois você pode meditar em sua casa, em seu templo seja ele qual for, seja sua crença qual for!
18h do dia 12 de outubro medite e vibre pela paz no mundo!
Encontro com você na meditação! heheheh
Paz e Luz!

sábado, 3 de outubro de 2009

Casta Diva


Amanhã a Lua estará em sua claridade máxima, o que chamamos de Plenilúnio. Muitas pessoas olham para a Lua Cheia e ficam mudas diante do seu explendor e beleza. Mas, sobretudo, a Lua encanta porque nos dá uma dimensão da nossa vunerabilidade ante o universo, sendo ela, a Lua, aquela dentre os astros a mais próxima de nós...
E ficando tocados pela luz prateada da Lua Cheia, muitos querem dizer algo, sentem a vontade súbita de lhe dirigir glórias, versos. Desse modo, acho interessante conhecerem os versos que osto abaixo. São de um trecho da Ária Casta Diva, da ópera Norma, de Vincenzo Bellini. São belos versos e súplicas à essa companheira inseparável da Terra. Salve Diva Gloriosa!


50 a. C.
A Gália está ocupada.
A lua brilha no bosque sagrado onde os druidas se reúnem. Ante a vontade dos gauleses de se lançarem contra o jugo romano, a sacerdotisa e vidente Norma tenta acalmar os ânimos, pois está escrito no Céu que Roma há de cair, mas não por agora nem pela mão dos gauleses. Invoca então a lua, a Casta Deusa, enquanto começa a recolher o visco sagrado e todos se prostram.

Norma:
Casta Diva, che inargenti queste
sacre antiche piante,
a noi volgi il bel sembiante
senza nube e senza vel.
Casta Deusa, que ilumina
estas ancestrais plantas sagradas,
volve a nós teu belo rosto
sem nuvens nem véus.

Oroveso y Coro:
Casta Diva, che inargenti
queste sacre antiche piante,
a noi volgi il bel sembiante
senza nube e senza vel!
Casta Deusa, que ilumina
estas ancestrais plantas sagradas,
volve a nós teu belo rosto
sem nuvens nem véus.

Norma:
Tempra, o Diva,
tempra tu de' cori ardenti,
tempra ancora lo zelo audace.
Spargi in terra quella pace
che regnar tu fai nel ciel.
Acalma, oh Deusa,
acalma tu os corações ardentes,
acalma também o segredo audaz.
Derrama sobre a terra aquela paz
que fazes reinar no céu.

Oroveso y Coro:
Diva, spargi in terra
quella pace che regnar
tu fai nel ciel
Oroveso e Coro:
Deusa, derrama sobre a terra
aquela paz
que fazes reinar no céu.
Texto: Ária Casta Diva (da ópera Norma), de Vincenzo Bellini.
Maravilhoso domingo enluarado para todos!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Beija-flor rima com amor



Por volta das 14h, estava eu placidamente sentada na rede da minha sala, pensando na vida quando escuto um som tipo "frruuuuzzz", e vejo um vulto pequenino passar pelo ar. Amig(a)os leitor(a)es era um belíssimo beija-flor! Ele entrou pela varanda e veio até onde eu estava, ficou pairando e me encarando por alguns segundos, durante os quais eu devia estar com a maior cara de boba hehehe. Imaginem como fiquei feliz com a visita!!


Mas, devo lhes dizer que essa não é a primeira vez que isso acontece. Já recebi a visita de um beija-flor em minha casa pelo menos unas 3 vezes esse ano. Fora os encontros na praia e no bosque onde faço minhas caminhadas.


Sempre amei passarinhos, desde muito pequenina. Meu pai me conta que sempre que eu ouvia no rádio ou alguém cantava uma música, que não lembro o nome, mas que era assim: Sabiá lá na gaiola fez um buraquinho e voou, voou, voou, a menina que gostava tanto do bichinho, chorou, chorou, chorou..." Nossa! Até hoje sinto vontade de chorar...


Mas bem, sempre gostei de passarinhos e o beija-flor é deles o mais lindo, não acham? Dizem que ele é mágico hehehe

Até nos filmes eles me aparecem! Ontem mesmo eu assitia O curioso caso de Benjamin Button, e lá estava o beija flor... não vou contar, quem viu o filme sabe e quem não viu veja, vale a pena!!


Segundo o Xamanismo o beija-flor é uma das raras aves que exterioriza muita delicadeza e suavidade. Ele simboliza cura, amor romântico, claridade, graça e proteção espiritual.

O xamã que tem no beija-flor seu Animal de Poder é uma pessoa que busca sem cessar o contato com sua energia interior, com a sua magia e que busca muito a contemplação e a unicidade com o meio-ambiente. O xamã beija-flor é um mensageiro do Grande Espírito, que veio para trazer a mensagem de cura para a humanidade, para curar suas doenças emocionais.

Este Animal de Poder nos dá claridade para enfrentar os obstáculos da vida com muita serenidade e autoaceitação. O beija-flor nos ensina a suavidade do viver. Viver contemplando tudo que há, todas as pessoas, a humanidade e principalmente nos remete a buscar nosso estado de graça universal.

A proteção espiritual também é um aliado muito forte deste Animal de Poder, já que ele atua como arquétipo do amor as energias e fluidos que ele capta sempre são energias de altíssima frequência vibratória.

Assim sendo, ao meditarmos no beija-flor unimo-nos à egregora do Amor Incondicional, que sustenta todo este Universo – manifesto e imanifesto.

Talvez o beija-flor seja meu animal de poder, talvez seja o portador de alguma mensagem...

Os Astecas acretivam que os beija-flores eram a reencarnação dos maiores guerreiros.
Eu não sei porque, mas acho que o beija-flor é como um espírito, um ser que transita entre esta matéria e o universo espiritual...

Bem, se alguém souber mais simbologias do beija-flor, ou tiver alguma idéia do significado de tantos beija-flores in my life, por favor fale!

Beijos e flores para todos!


No amor e na paz profunda.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Brasil Oculto


Os antigos já previam a descoberta do Brasil. De acordo com Carlos Coelho, a Ilha do Brasil, ou Ilha de São Brandão, ou ainda Brasil de São Brandão, era uma das inúmeras ilhas que povoavam a imaginação e a cartografia européias da Idade Média, desde o alvorecer do Século IX. Também chamada de "Hy Brazil", essa ilha mitológica "ressonante de sinos sobre o velho mar", se "afastava" no horizonte sempre que os marujos se aproximavam dela. Era, portanto, uma ilha "movediça", o que explica o fato de sua localização variar tanto de mapa para mapa. Segundo a lenda, "Hy Brazil" teria sido descoberta e colonizada por São Brandão, um monge irlandês que partiu da Irlanda para o alto mar no ano de 565.
Como São Brandão nascera em 460, ele teria 105 anos quando iniciou sua viagem.
O nome "Brazil" provém do celta bress, que deu origem ao verbo inglês "to bless" (abençoar). "Hy Brazil", portanto, significa "Terra Abençoada".
Desde 1351 até pelo menos 1721 o nome "Hy Brazil" podia ser visto em mapas e globos europeus, sempre indicando uma ilha localizada no Oceano Atlântico. Até 1624, expedições ainda eram enviadas à sua procura.
A Ilha da Bem-Aventurança, Ilha dos Bem-Aventurados, Ilha Venturosa, ou Terra da Ventura, por vezes associada à Agharta, é também a Nova Lusitânia, a Terra de Vera Cruz. como que uma extensão de Portugal, ou Lustitânia, terra das luzes.

Símbolo da Ódem de Cristo


Pouco se estuda e se fala num Brasil secreto, de missão incontestável neste planeta, cujo símbolo primeiro é a cruz, mas não necessariamente a cruz católico-cristã. A cruz que ostentavam as bandeiras das naus que aqui aportaram era de braços iguais, com uma rosa em círculo de espinhos rodeada.
A missão das naus cabralinas foi mais que fincar posse da terra descoberta, foi unir dois povos reais, os Portugueses e os Tupis. Afirma Vitor Manuel Adrião (2004, p. 175):

"Assim como Frei Henrique Soares, Franciscano missionário de Santa Cruz de Coimbra, foi o primeiro representante vivo da Autoridade Espiritual de Mariz em solo brasileiro, igualmente Pedro Álvares Cabral foi o primeiro representante vivo do Poder Temporal de Mariz(1) na mesma Terra Venturosa de Vera Cruz, assim se outorgando por correspondência simbólica os três Caprinos de suas Armas aos descendentes da antiga Cária e presentes Sumos Dignatários da Nação Tupi: Tibiriçá (Rei e Sacerdote) - Saixê (Sacerdote) - Icaraí (Rei), atributos notórios de Melki-Tsedek o 'Planetário da Ronda' como Caprino ou Kumara(2) Primordial (...)".


Bandeira Real do Brasil (1822)

Isso não é estranho se soubermos que Pedro Álvares Cabral herdou de seu pai Fernão Cabral o conhecimento da Corte Hermética de D. Afonso V. Rei Alquimista, e teve acesso ao saberes cabalísticos da Sinagoga de Belmonte, onde teria aprendido o sentido oculto da Navegação Hermética.

De onde deduz-se que a cultura de Pedro Álvares Cabral não era vulgar, mas iniciática, sendo talvez por isso que em plena perseguição às práticas judaicas tenha ele acabado seus dias esquecido e desprezado a despeito de sua grande realização.

Nos diz o professor Henrique José de Souza (1941 apud Adrião, p. 176):

"A missão de Cabral não é mais do que um condicilo para o espiritual Testamento de Cristovão Colombo. Foi ele - como Pedro - a Pedra fundamental, ao raiar do século XVI (1500), do Grande Edifício Humano. Por isso a capital baiana de Cristovão colombo traz o nome de Cristo ou Salvador, enquanto do outro, Baía Cabralina ou Vera Cruz. "



Brasão de Cabral


E se referindo à bandeira:

"Ano de 1500! Ano de Cristo ou Cristiano, como o verdadeiro Rosacruz. Sim, a rubra (ou ensanguentada ) Flor Crística (cor da referida Ordem - de Cristo - em Portugal) cercada de espinhos... no centro de uma Cruz".

O fato de alguém usar o nome de Pedro Álvares Cabral e adotar por Brasão vários ramos de uma árvore (a árvore genealógica dos Kumaras ou Cabires), tendo em baixo no escudo dois cabritos, e em cima um outro cabrito menor, formando a tríade, a Trindade Kumária ou Pai, Mãe e Filho, demonstra no mínimo conhecimentos esotéricos!

Pedro álvares Cabral - Pedra Alva de Capris, Capricórnio, Kumara.

Cristovão Colombo - A colomba Crística, o Espírito Santo.

Linha de Serapis

Ferreiros do seio da terra, os que laboram com o Fogo Terrestre ou Kundalini. O Fogo de Marte que fixa Saturno (Sat-On) na Terra.


Talvez estivessem realmente certos os que chamavam o Brasil de A Terra Venturosa, e esperemos que o futuro reserve a esse povo ecumênico por natureza, raio e formação, dias de mais paz e amor.

1. Poucos conhecem o seu nome, pois ela é inominável. A Ordem de Mariz exteriorizada teve no plano físico, em Portugal, três nomes que escondiam a genuína. A Ordem Templária, a Ordem de Cristo e a Ordem de Aviz. A Ordem de Mariz faz parte de outra ordem maior, que actua desde os primórdios da humanidade. É uma Ordem guerreira e inciática; os seus menbros , alguns conhecidos da história humana, reencarnam, quando necessário e o karma permite, em determinado país, para lhe dar o devido impulso. E assim, temos as grandes epopeias e os grandes feitos heróicos. Em Portugal vemos a influência da Ordem de Mariz muito antes da vinda dos Templários. Portugal faz parte ainda dos restos do antigo Continente, a Atlântida. Muitas das pessoas actualmente encarnadas em Portugal viveram nesse Continente. Grandes karmas foram aí engendrados e as suas causas obrigam-nos a redimi-los em civilizações seguintes. A Ordem de Mariz fez-se sentir já, e também, quando os romanos estiveram na Lusitânia, preparando os eventos que se seguiram para o nascimento de Porugal.

2. Kumaras, Cabires ou Cábiros são seres elevados que instruem a humanidade. Ver mais em: Blavatsky, H. P. A Doutrina Secreta; e no site
http://web.pib.com.br/nominato/a_grande_fraternidade_branca.htm

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Deixe o silêncio falar


Vocês devem ter cuidado com a palavra, sabiam? A palavra é uma coisa bem perigosa. O mito mais popular do mundo diz que o Demiurgo criou o mundo apenas com a palavra! Pois é, a palavra cria, a palavra destrói. Pa - Lavra. Cava sulcos no terreno fértil, a pá cava, a pá lavra a semente do verbo... É também com a pá que se cava o túmulo, que se joga a cal...
Depois que são proferidas ou escritas não são mais nossas. Um palavra dita é uma folha semeada ao vento, nunca se sabe onde vai parar.
Isso nos leva a pensar sobre o ato de falar como expressão do pensamento, pois este vem antes da fala não? Mas o pensamento é do âmbito íntimo do ser humano, nós ainda não podemos ler a mente, ainda bem! Então o que precisamos lembrar é de ouvir nossos pensamentos antes de falar! Já pararam para pensar sobre isso? Parece que precisamos sempre ter algo a dizer. O silêncio, a propósito, é uma coisa meio condenável neste frenesi do mundo da informação. O silêncio incomoda aos que não falam e aos que não ouvem...
Se não me engano é Balandier, um antropólogo francês, que tem um texto fantástico sobre o dever da palavra. Neste texto ele fala da tarefa que o cacique tem de todos os dias subir num tronco, no centro da aldeia, e falar. Não importa o que ele diz, ninguém sequer escuta o teor da fala, o que importa é ele falar. No dia em que ele não estiver lá falando vira um deus-nos-acuda, pois quebrou-se o rito da fala, da palavra. Nunca esqueci esse texto...

Por fim deixo falar um mestre da palavra e do silêncio, a quem fazemos muito bem em ouvir sempre:


Escutatória

Rubem Alves


Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma". Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos... Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, [...]. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas.). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se eu falar logo a seguir, são duas as possibilidades. Primeira: "Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado". Segunda: "Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou". Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: "Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou". E assim vai a reunião. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia e que de tão linda nos faz chorar. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009


Meditação é o caminho.
Aproveite e começe já!
http://www.youtube.com/watch?v=UY6o3U5GVSs

sábado, 12 de setembro de 2009

Místico x Científico: que querela inútil!


Muitas vezes fui dormir tarde da noite assistindo ao Programa do Jô, na Globo. Eu gosto muito do Jô Soares e mais ainda das entrevistas quase sempre divertidas e interessantes do seu programa. Mas, vamos combinar, às vezes, para ser engraçado, Jô extrapola, e aquilo que poderia ser uma entrevista fantástica serve apenas pra ele ficar fazendo piadinhas de gosto duvidoso. Infelizmente foi o que aconteceu esta madrugada.
Uma moça, muito simpática e educada, foi até lá para falar do poder das pedras. Ela, que estuda o assunto desde bem jovem, mostrava um conhecimento relevante dos minerais, não só matemático/científico, como também energético. Pois é, a palavra energético, o uso das energias das pedras, logo levaram Jô e, acredito, boa parte da platéia, à palavra místico. Disse ele:
- Mas esse estudo energético das pedras não é ciência, porque ciência pressupõe repetição em laboratório, comprovação. Isso na verdade é do campo do... misticismo não?
Como se o passado da ciência não tivesse sido um dia deste “campo”. Jô foi infeliz nessa, e mais outras observações que foi fazendo ao longo da entrevista. Caiu no senso comum que diz que apenas à ciência corresponde a verdade. Talvez movido pelo mesmo senso comum que usa e compreende a palavra místico como algo pejorativo, sinônimo de pessoa avoada, que crê em coisas que não existem. Mais uma vez deve ser o senso comum que informa que o que existe é só o palpável, ou melhor, o visível!
Senso comum que continua como na Idade Média, onde os micróbios não existiam pois não eram vistos a olho nu. Aí, séculos depois, por meio do instrumento, o microscópio, a ciência confirma a verdade: os micróbios existem, estão ali, estou vendo!

E assim, vai a humanidade comum caminhando crendo na aparência, no que os olhos podem ver, e portanto constatar que de fato existe.
Quanto às energias das pedras, e mais, o grande conhecimento que trazia a entrevistada, tudo ficou assim meio ridicularizado pela conotação de místico...
E eu fiquei refletindo sobre o significado disso... chego a, talvez passageira, conclusão que a maioria dos seres humanos, e seu senso comum, não está preparada para este tipo de conhecimento. Que certos conhecimentos devem aguardar sua hora, ou talvez ficar para sempre nos registros dos que buscaram por eles. Uma coisa eu posso dizer: místico ou científico, o saber não é para todos, mas todos podem empreender a demanda em sua busca, o resto é querela inútil.


Bom final de semana a todos!

quinta-feira, 10 de setembro de 2009


A Magia das Velas
Autor Ione Aires Yananda
(fonte: http://povodearuanda.wordpress.com/2006/12/06/o-poder-das-velas/)

As velas sempre foram utilizadas para dar luz e claridade, não apenas em lugares, mas principalmente com finalidades mágicas ou espirituais. A luz de uma vela carrega em si todas as forças do Universo, tanto que sempre cumpre a missão de agregar luz e força a qualquer situação. A chama da vela é a conexão direta com o mundo espiritual superior, sendo que a parafina atua como a parte física da vela ou símbolo da vontade, e o pavio a direção.
A vela que se acende para a meditação e a magia é uma valiosa ferramenta para quem trabalha com energias superiores. A luz da vela é hipnótica, ajuda a concentrar a atenção na chama e a fundir nossa vontade com a força do fogo. As velas perfumadas servem como uma força extra a qualquer encantamento, daí a importância de escolher muito bem, não só as cores, mas também o aroma que envolve qualquer momento mágico.
Nas velas tudo é mágico, tanto que só com o simples ato de acender uma vela já nos sentimos dentro de um ambiente místico, romântico e espiritual. Entretanto é bom lembrar que forças poderosas estão presentes atraídas pela luz das velas, razão pela qual é desaconselhável acender velas para os mortos dentro de casa, pois estaremos chamando seu espírito para a luz que está dentro de nossa casa. Existem cuidados básicos a tomar antes de acender velas que invoquem forças espirituais poderosas como os anjos, por exemplo. Uma casa espiritualmente desordenada, com pessoas que praticam ações perversas ou consomem drogas necessita uma limpeza energética antes de qualquer ritual mágico. Uma casa que sofreu luto ou onde aconteceu algum tipo de agressão física abrigou um morador com doença terminal também necessita de uma boa limpeza energética.
Nada impede que acenda velas decorativas ou apenas para distender-se, mas tratando-se de magia com velas ou pedidos a entidades ou espíritos superiores é aconselhável “despoluir” a comunicação antes para obter uma sintonia de qualidade.
Em caso de dúvida quanto à qualidade positiva da energia de uma casa basta queimar café em grão (solúvel não serve) sobre um carvão vegetal. Se existia alguma pessoa com desordens mentais ou pensamentos obsessivos coloque cravo da índia e alecrim para queimar junto. Muito eficiente para usar depois de discussões, doenças mentais ou terminais.
Caso desconfie de que existam entidades negativas na casa coloque sal grosso sobre brasas em um balde de alumínio ou similar e percorra todos os cômodos, dos fundos para frente.
Claro que a casa deve estar fisicamente ordenada e limpa sempre. Depois que tiver realizado a limpeza preliminar acenda uma vela branca e deixe queimar pelo menos três horas, para então realizar qualquer tipo de ritual ou contato com forças angelicais ou santos.


Segundo sua Forma
Velas quadradas – Mobilizam energias e propostas de teor material. Quando buscamos cimentar algo prático e objetivo. Agrega solidez e força.Velas cilíndricas: São elementos de força que promovem a elevação, geram a sensação de superação. Usadas para crescimento e orientação. Ideais para superar limites e purificação espiritual.
Velas redondas – Ativam e facilitam as mudanças. Acender uma vela redonda serve para dar uma injeção de vigor a uma situação que se encontra adormecida. Uma carga de energia.
Velas triangulares ou hexagonais – Quando apresentam ângulos muito marcados geram uma energia de luta e combate. Pode-se usar para vencer uma concorrência ou para superar o outro em uma disputa comercial ou judicial.
Velas espiraladas – Quando se busca maior objetividade em assunto em que a fantasia está mesclada com a realidade. As que apresentam a forma de caracol são usadas para claridade mental e sabedoria interior.
Velas de mel – Sugerem doçura e harmonia. Indicadas para cumprir desejos de sintonia de casal e para criar bons laços de trabalho.
Velas com símbolos orientais – Quase todos eles são indicados para a prosperidade, sabedoria, saúde, paz e amor. Enquanto se queima vão ativando distintos símbolos ou setores de nossa vida.
Velas animal-print – As que são estampadas com texturas de animais selvagens são indicadas para sexualidade e potenciam a libido.
Velas frutais – São ótimas para indicar a melhor solução ante problemas de trabalho ou de resolução profissional.
Velas Flutuantes – Somente se utilizam para propósitos sentimentais. Devem ser acesas entre as 12hs e 18hs, durante o dia, enquanto rege o elemento sol para receber toda a força e energia. Se desejar fazer um jantar à luz de velas pela noite, basta colocar o recipiente com a água em pleno sol por cerca de duas horas.
Velas perfumadas – Os aromas permitem que a cor some-se à força que imprime cada essência. Os aromas atuam sobre nosso sistema nervoso, inclusive estimulam as distintas funções do organismo a nível sensorial e extra-sensorial.
Velas em gel – Não são as mais indicadas para pedidos, porém servem para tudo que seja a busca do equilíbrio energético ou em trabalhos com a aura humana, desde que se saiba onde deve buscar o equilíbrio.


Segundo sua Cor
Velas amarelas – Se usam para atrair dinheiro ou propósitos materiais. Estão relacionadas com atividade, criatividade e comunicação. Feitiços que envolvem confidência, atração, charme, persuasão, aprendizagem ou para quebrar bloqueios mentais. Dia da semana: domingo.
Velas verdes – Feitiços que envolvem fertilidade, sucesso, sorte, prosperidade, dinheiro, rejuvenescimento, ambição, saúde, finanças, cura, crescimento e abundância. Também são muito eficazes para eliminar os efeitos de inveja ou outras energias nocivas que tenha sido alvo. Em geral para desejos de cura e sorte. Sexta-feira.
Velas vermelhas – Servem para potencializar a paixão e o poder sexual. Usa-se para a energia, fertilidade, vitalidade, força, coragem, poder e para atingir metas. Incrementam o magnetismo dos rituais, atraem a energia de Marte. Adequada para desejos que exijam urgência. Nunca usar esta cor para problemas de saúde. Terça-feira.
Velas rosadas – Adequadas para tudo que se refere ao amor e os sentimentos. Promovem o romance, a amizade, novos amores, ternura e harmonia. Pode-se usar qualquer dia.Velas azuis: Usa-se em rituais para obter sabedoria, devoção inspiração, harmonia, luz interior, calma e tranqüilidade no lar. Também nos estados em que se requer de profunda meditação ou em rituais que demandam a energia de Júpiter ou Saturno. Quinta-feira e sábado.
Velas brancas – Utilizam-se para purificar ou limpar ambientes. A cor branca é a união de todas as cores; confere lucidez espiritual, é símbolo de pureza, devoção, clarividência, saúde, busca da verdade, sinceridade e meditação. Segunda-feira.Velas violetas: Ideal para aumentar seu poder e força espiritual. Usam-se na quarta-feira.
Velas alaranjadas – Estão relacionadas com a criatividade, a atração, motivação, energia mental, claridade de pensamento, harmonia, expansão, felicidade e adaptabilidade. Usam-se na quarta-feira.
Velas negras – Abre os profundos níveis do inconsciente, usa-se em rituais para induzir a um estado de meditação profunda, para afastar as energias negativas, a discórdia, confusão e perdas. Atrai a energia de Saturno. Usam-se aos sábados.
Velas Flocadas – Quando são de sete ou oito cores servem para harmonizar todos os chacras, atuando como um limpador e energizante de todos os centros de energia.Velas Combinadas: São velas que foram realizadas para um determinado propósito e já possuem uma força extra.
Prateada ou Cinza Claro – Remove a negatividade encoraja a estabilidade, ajuda a desenvolver as habilidades psíquicas. Atrai a Energia da Grande Mãe, Vitória, Meditação, Poderes Divinos Femininos.

Segundo seus Ingredientes
Absinto: Estimulante geral para o cansaço mental e físico.
Alecrim: Traz saúde e sucesso nos negócios, acalma.
Alfazema: Acalma, limpa o ambiente.
Almísca: Afrodisíaco, traz sensualidade e atração.
Amor Perfeito: Purifica, estudo, amor, elevação das vibrações.
Angélica: Fortifica a espiritualidade.
Anis: Para despertar o amor interno.
Anúbis: Para desperta a força.
Arruda: Proteção, limpa ambientes carregados.
Bálsamo: Acalma e equilibra a energia.
Bálsamo Rosa: Acalma, purifica, estudo, amor, elevação das vibrações, psíquicos.
Benjoim: Aumenta a espiritualidade, exorcismo.
Camomila: Acalma, purifica, psíquicos.
Canela: Estimulante; atrai prosperidade, bens matérias, equilíbrio mental.
Cânfora: Acalma, limpa ambientes carregados, desenvolvimento psíquico.
Cedro: Purifica, para despertar orças, psíquico.
Coco: Estimula o bem estar.
Cravo: Excitante, afrodisíaco, expulsar forças negativas, e expectorante.
Cravo-da-Índia: Purifica, para despertar força, espiritualidade, sensualidade e atração.
Dama-da-Noite: Ideal para encontros amorosos.
Egípcio: Purifica, amor.
Erva-Doce: Poderoso calmante.
Espiritual: Purifica, para despertar forças e espiritualidade.
Eucalipto: Purifica.
Eternum: Estudo, espiritualidade, elevação das vibrações, psíquicos.
Flôr-do-Campo: Equilíbrio emocional.
Flôr-de-Pitanga: Incentiva a criatividade.
Flôr-da-Índia(Kewda): Purifica as vias respiratórias.
Floral: Afasta os sentimentos negativos.
Eliotropio: Amor.
Jasmim: Afrodisíaco, atrai paixão, melhora o humor, espiritualidade, elevação das vibrações, psíquico.
Kamarc: Para despertar força.
Lavanda: Harmonia, paz e equilíbrio.
Lótus: Estudo, elevação das vibrações.
Maçã-Rosada: Acalma.
Madeira: Energia positiva, amor, elevação das vibrações.
Madeira Oriental: Sensualidade e atração.
Mirra: Traz saúde e sucesso nos negócios, oferenda aos Deuses, boa sorte, acalma, purifica,espiritualidade e psíquico.
Mirra Quefren: Para despertar força.
Musk: Cria um ambiente de sensualidade.
Nós Moscada: Diminui a ansiedade.
Néfer: Amor, sensualidade e atração.
Nefetis: Amor.
Ópio: Favorece a determinação, elevação das vibrações, estudo e psíquico, alucinógeno.
Ópio Rosa: Sensualidade e atuação.
Orquídea: Afrodisíaco.
Orquídea Azul: Psíquico.
Patchuli: Desperta a alegria, clarividência, sensualidade, atração, para despertar força.
Papoula: Psíquico.
Quefren: Elevação das vibrações e psíquico.
Rosa: Purifica, estudo, espiritualidade, amor, elevação das vibrações, psíquico.
Rosa Branca: Purifica os sentimentos, acalma.
Rosa Musgo: Rejuvenesce, embeleza e amacia a pele.
Rosa Real: Útil na defesa da casa.
Rosário: Acalma, amor, elevação das vibrações.
Romanus: Para despertar força e psíquico.
Sândalo: Acalma, purifica, estudo, espiritualidade, amor, elevação das vibrações,sensualidade e atração,favorece a meditação e a intuição; equilíbrio mental.
Verbena: Atrai sorte.
Vetvert: Ativa a sensualidade, comando.
Violeta: Desperta autoconfiança, afrodisíaco.
Templum: Estudo, espiritualidade, elevações das vibrações, psíquico.
Ylag Ylang: Ativa a sensualidade, poderoso afrodisíaco.
Velas perfumadas – Os aromas permitem que a cor some-se à força que imprime cada essência. Os aromas atuam sobre nosso sistema nervoso, inclusive estimulam as distintas funções do organismo a nível sensorial e extra-sensorial.
Florais – provocam sentimentos de alegria, amor e serenidade.Amadeirados – para trabalho, dinheiro e profissão.
Especiarias – alecrim – protetor e revitalizante, menta- estimula e refresca. Cítricos – podem ajudar a baixar a pressão sangüínea, são tonificantes do estômago e acalmam os nervos. Experimente o efeito revigorante, refrescante e ao mesmo tempo, calmante dos aromas de laranja e mandarina.
Sândalo – Sinta que a tensão nervosa desaparece e substituída por uma relaxante sensação de tranqüilidade e bem estar. Está indicado para o trabalho e dinheiro. Quando estamos tranqüilos o Universo flui em bendições para nós.
Pinho – Acenda sua vela em um destes pequenos fornos de cerâmica, onde se agrega óleo, e sinta como o stress e a confusão mental desaparecem. O fresco aroma das madeiras de pinho, melhora muitas doenças, como reumatismo, resfriados, tosse e dor de garganta. Os músculos doloridos se relaxam.
Lavanda – Sinta o ar mais leve e o espírito elevado. Muito eficaz para dores de cabeça provocada por olho gordo Também pode ser usada no dormitório das crianças quando estão doentes. Outra maneira de eliminar a dor de cabeça, no ato, é usar um raminho de lavanda fresca sobre a testa. Mergulhe-a previamente em água fria e aplique diretamente sobre a frente, olhos, alto da cabeça e nuca.
Limão – Verá como desaparecem os insetos, ao mesmo tempo que sente a frescura da fragrância de limão. Empregado para acalmar os nervos e aliviar dores de cabeça depois de um dia de stress.
Eucalipto – Acenda sua vela e note que como fica mais fácil respirar à medida que se espalha a essência de eucalipto. Resolvem os conflitos e ansiedade, favorecem a claridade de pensamento.