terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Contos Inacabados

Um Conto de Natal

Era uma noite chuvosa de Natal, o frio cortante fazia com que ela se encolhesse junto a um poste.

Esperava o ônibus.

Apesar das luzes coloridas e do ar alegre que envolvia a época, e que todos chamavam de “espírito natalino”, Lilian sentia-se sempre muito distante disto tudo. Embaixo do casaco de couro preto seu corpo frágil e cansado não via a hora de envolver-se em quentes lençois numa cama bem aconchegante. O escuro da rua e a chuva muito forte não a impediram de divisar, a alguns metros, a placa iluminada do seu ônibus 124 via Centro.

Saiu da precária proteção do poste e esticou o braço para que ele parasse. Nesse instante uma moto se impôs entre a calçada e o veículo a toda velocidade, fazendo com que o ônibus desviasse para a esquerda, não podendo parar. Como se ainda fosse pouco perder o último ônibus da noite, a motocicleta ainda arremessou uma torrente de água gelada sobre Lilian. Irada e encharcada, ficou ali parada sem saber o que fazer e tremendo ainda mais que antes.

Com dificuldade olhou o relógio, 1:30hs, como ía vou para casa agora? Andando... respondeu a si mesma com tristeza.

Lilian já caminhava há alguns minutos quando um sujeito mal encarado a abordou.

- Não grite, basta me passar o dinheiro e não vou te fazer nenhum mal - disse ele apontando algo que ela julgou ser uma arma. Tremendo começou a lutar contra o zíper da bolsa.

- Anda, tá demorando muito! - O sujeito expôs o revolver e o encostou ao rosto dela, - se demorar mais um minuto vai morrer, gatinha.

- Eu acho que não, alguém falou na escuridão da rua. Um homem se aproximava, andando devagar. Seu sobretudo tremulava, era um vulto completamente negro pois estava contra a luz do poste mais distante.

- Largue a moça! - Ordenou com uma voz de trovão.

- Que é que há meu irmão, fica na tua, ninguém te chamou aqui. Quem é você, o Bátmam? O vulto se aproximou ainda mais e o ladrão avançou para ele, apontando a arma.

Num piscar de olhos ouviu-se um tiro ecoar na noite.

Lilian viu a arma na mão do homem de negro, sentiu suas pernas bambearem como se fossem de borracha e depois o baque no asfalto molhado.

***

Algo se moveu na escuridão, fazendo barulho, e Lilian acordou.

Tentou ver o lugar onde estava, mas os olhos turvos e a mente confusa não ajudavam.

Aos poucos a penumbra...

Viu que o local era estranho, definitivamente não é meu apartamento, pensou e precipitou-se a levantar, quando percebeu que havia mais alguém com ela.

- Olá, disse uma voz forte de homem. Lilian balbuciou alguma coisa e ele se apressou em dizer,

- Não se preocupe você agora está salva.

- Quem é você? - gaguejou ela, por fim.

Ele desencostou da poltrona e surgiu na luz do abajur da sala. Os cabelos longos e levemente grisalhos, refletiam a luz como prata, os olhos de um mel claro, tinha uma luz estranha, não humana. Tinha uma barba igualmente grisalha e lisa, um homem de uns 70 anos, pensou ela.

Seu charme era quase palpável, estava metido em um terno negro, assim como a camisa de dentro, o que realçava muitíssimo um cordão de prata que trazia no pescoço. Ela deixou cair o queixo quando viu o pingente, também de prata, parecia um símbolo antigo, talvéz germânico.

- Meu nome é Nicolai Claus, mas alguns me chamam de Mr. Winter.

Nicolai Claus, ecoou ela, que homem mais... estranho...

- Lilian...- e de repente lembrou-sede tudo, do ônibus, do assalto.

- Oh, meu deus! Muito, muito obrigada por ter me ajudado, me desculpe é que ainda estou atordoada e...

- Não se preocupe- interrompeu ele, sorrindo. Lilian tentava a todo custo arrumar seus pensamentos, mas só conseguia ver o rosto desse homem, sua presença a perturbava demais.

- Bem... Não sei o que dizer - falou, por fim. Mas Nicolai levantou-se e saiu, sem nada responder, o que lhe pareceu bastante excêntrico. Lilian notou, impressionada, como ele era alto. Talvez tivesse um metro e noventa, parecia forte, poderoso, apesar da idade.

A sala ficou em total silêncio.

Lilian perscrutou a escuridão quebrada apenas pelo pequeno abajur ao lado da poltrona onde Nicolai estivera sentado. Levantou-se e andou com cautela, tentando enxergar o local. Era uma biblioteca luxuosa, as estantes de madeira escura iam até o teto, havia uma mesa comprida e pesada a um canto do aposento e, no centro, dois sofás de couro e a poltrona, iluminada pelo abajur de pé. Uma pequena pilha de livros descansava sobre a mesinha redonda de centro. Olhava distraída os vários quadros nas paredes, agora que a vista se acostumara ao escuro. Um jardim muito extenso, um senhor distinto e sério pousando ao lado de uma criança robusta, nenhuma natureza morta, pensou ela aleatoriamente.

Foi quando viu um quadro que a chocou.

Seu rosto estava ali pintado com esmero e perfeição. Não pôde acreditar. Correu à bolsa e trouxe de lá um isqueiro. Era ela de fato, um pouco mais velha, talvez... Mas, o que significa isto? À sua frente abria-se o comprido corredor por onde Nicolai saíra. Sentiu-se confusa, milhões de pensamentos estranhos percorreram sua mente.

Então sentiu uma presença.O ar se modificou.

Ele estava ali, junto a seu corpo.

O isqueiro apagou, ela tentou em vão reacendê-lo. Não funcionou.

E veio sua voz, rompendo o silêncio tenso. Ele falou com uma voz de outro mundo em seu ouvido, roçando o queixo em seu pescoço.

- Nas noites de Natal, no solstício de verão, todos sabem, o Caçador Selvagem, correndo atrás do Sol, carrega consigo a alma daqueles que encontra pelo caminho. Não devia perambular por aí, mas parece que você se esqueceu.

Era mais um sussurro do que uma voz.

E de repente Lilian se viu jogada novamente no asfalto molhado, como se tivesse acabado de desmaiar após o assalto.

Havia sangue.

Sangue escorrendo de sua cabeça por um buraco de bala.

Estava morta?

Não sabia, não conseguia entender porque continuava vendo tudo, vendo o asfalto molhado onde as luzes coloridas se refletiam em fachos quase psicodélicos, ouviundo os sapatos do bandido chocando-se contra o chão e as pedrinhas do asfalto e o chiado das pedrinhas com a água, e a sombra do homem de negro se distanciando... Não compreendia, mas queria fugir dali, o mais rápido possível.

Tentou levantar-se, não conseguiu, mas olhou para o céu escuro, como a procurar ajuda.

As poucas estrelas iam sumindo por trás de uma núvem escura e espessa que começava a se formar. Um vento gélido e furioso começou a soprar e ela ficou petrificada ao distinguir em meio a núvem negra um cavalo branco com cascos de fogo. Montado nele uma figura horripilante, de rosto sinistro.

O que parecia ser um homem de cabelos e barbas cinzentas usava um capuz negro combrindo parcialmente seu rosto fantasmagórico, trazia numa das mãos uma lança pontiaguda e nela corpos de pessoas penduradas. Uma matilha de cães e outros seres demoníacos corriam atrás do homem e seu cavalo sinistro em meio a uma esteira de ossos humanos e animais.

O ser nefasto dirigiu seus olhos fantasmagóricos para Lilian e como um ráio transpassou seu corpo frágiu com a lança de madeira pontuda.

Ela ainda pode enxergar por um instante os primeiros raios do Sol nascente no Leste e reconhecer a face distorcida de Nicolai Claus.

*Baseado no mito de Wotan, ou Odin, o caçador selvagem.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Limpeza já!


Final de Ano!
Limpeza já!
Essa época do ano é ótima para fazermos aquela limpeza! Jogue fora tudo, mas tudo mesmo, que não serve mais. Junte tudo em sacolas e destine: roupas para doar, caixas e coisas de papéis para recliclar...
É uma delícia sentir seu armário limpo, arrumado; seu guarda-roupa renovado, e melhor, ajudando outras pessoas!
É incrível como depois de uma boa limpeza as energias fluem melhor, como a casa fica iluminada e tudo parece mais feliz e leve.
Se você não fez isso ainda esse ano, corra, dá tempo!
Apreveite a energia mundial de passagem para outro ano para mudar algo na sua vida. A velha e manjada frase "ano novo, vida nova" tem seu valor. A limpeza também pode e deve ser espiritual, mental, até física, tá valendo!!
Muuuito importante: limpe astralmente sua casa e você mesma.
Receitinhas:
Para a casa -> num braseiro queime as seguintes ervas secas: alecrim, manjericão, e arruda. você pode recitar a seguinte reza enquanto defuma:

Em louvor do Santíssimo Sacramento do altar,

Esta minha casa eu estou a defumar,

Para que todos os espíritos maus,

Inveja, praga, mau-olhado

E artes diabólicas se hão-de afastar.

E a paz de Jesus nos venha abençoar.

(abrir a porta da rua e dizer três vezes)

Em louvor de São Bento

Sai o mal para fora que entre o Bem para dentro.


Vá passando cômodo por cômodo em movimentos circulares.
Depois acenda um inceso de canela ou alfazema para preencher o local limpo (em magia nunca se deve tirar algo sem por outro algo no lugar) e Be Happy!!!
Para você -> prepare um banho com as seguintes ervas: manjericão, elcalípito, arruda e erva-doce. Esquente a água e ponha as ervas em infusão. Depois coe e acrescente um punhado de sal grosso e gotas de óleo de menta. Jogue no corpo do pescoço para baixo, lentamente mentalizando a purificação e limpeza de todos os males que te afligem.
Depois vista-se e use o seu perfume preferido. O perfume é para preencher o que foi tirado e também para proteção. E be happy again!!!! hehehe


E vamos ser mais leves e felizes! Nao deixe pra depois o que você pode fazer HOJE!!!

Essa mensagem é especial!

Ainda volto para desejar feliz natal hehehe
Ah! aguardem, breve um conto de natal pra vocês em CONTOS INACABADOS.
Beijosss e ótimo final de semana!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ciclo de Conferências: Henri Atlan

As Conferências

Nos dias 21 a 22 de dezembro, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, através do Grupo de Estudos da Complexidade – Grecom, promoverá o ´Ciclo de Conferências: Desafios do conhecimento, enigmas do sujeito`. O evento contará com a participação do médico Henri Alan, pesquisador e professor emérito da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris.

A programação do evento será iniciada no dia 21, com as conferências ´Mito e Ciência`, às 10h; e ´A Sobre-determinação dos modelos pelo observador: uma propriedade dos sistemas complexos`, às 17h, no auditório da BCZM. No dia 22, às 18h, acontece a conferência ´Últero Artifical`, no auditório da Livraria Siciliano, no Shopping Midway Mall.

Para mais informações acesse www.ufrn.br/grecom ou calmeida17@hotmail.com ou ligue para os telefones 3215-3525 e 3211-9218.
Fonte: Portal da UFRN

Henri Atlan

Henri Atlan é um dos pesquisadores e intelectuais mais ativos
da Europa contemporânea, é médico, biólogo e professor em Paris.
Membro do Comitê Consultivo Nacional de Ética das Ciências
da Vida e da Saúde da França, Atlan conduz pesquisas de ponta
sobre as novas contribuições da biologia sobre a organização do
ser vivo.
Entre o Cristal e a Fumaça, seu livro mais conhecido, ele nos fala que
os seres vivos não são estáticos e rígidos, como os cristais. Tampouco são
evanescentes e transitórios, como a fumaça. Que entre a
simetria perfeita e a imprevisibilidade completa,, a natureza desenvolveu
uma forma de organização, ainda desconhecida e misteriosa, na qual
substâncias, células e tecidos são continuadamente renovados, mantendo
a estabilidade do ser. Para Atlan, presente no mais simples dos organismos e
impossível de ser imitado, esse processo de auto-organização, que não é
outra coisa senão a criaçãode ordem a partir da desordem, nos depara com
o próprio segredo da vida.





quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Contos Inacabados

O Bosque dos Agoniados

Por Luz Le Fay
Três


O velho Alexandro deu um sorriso maroto.
- Tem mulher nessa jogada? Hein? Hein? – falou cutucando o braço de Paulo, que odiava isso com todas as forças.
- Não cara...
-Não tem galho, mas vou te avisar, ninguém pode sonhar que te deixei ficar no laboratório no final de semana! – falou o bigodudo Alexandro, ainda com o sorriso maroto no canto da boca.
Paulo, que preferia se ver livre logo do cara e conseguir seu intento, deu uma risada de cúmplice e bateu no ombro do Alexandro, guardando as chaves do laboratório rapidamente.
- Mas me conta, quem é a garota?
Paulo deu uma risada, que achou mais apropriada que uma resposta, e foi deixando a sala do bigodudo que ainda lhe lançou uma piscadela.


Aliviado, Paulo seguiu a passos largos pelo corredor, cumprimentando um e outro aluno que passava. Seguiu para a o laboratório.
Era a primeira parte do plano já em andamento. Ficaria as duas noites do final de semana vigiando o bosque, as árvores, os baquinhos da praça e a mulher misteriosa.


Paulo soubesse ou não, naquela mesma noite haveria uma lua muito estranha no céu, rajada de fluidas nuvens, como se alguém houvesse passado a mão sobre um véu de fumaça branca e translúcida. Um círculo avermelhado também circunscrevia a bela lua cheia de verão.
Cedo da noite, Paulo se posicionou numa das janelas do laboratório de informática da universidade, de onde tinha uma visão ampla.
Estava obcecado pelo mistério.


E hoje ele descobriria.


Por volta das 23 horas daquela sexta-feira o campus inteiro já estava deserto. Um silêncio sepulcral parecia pesar ainda mais o ar quente da noite. Nunca parei para observar como isso aqui é sinistro quando vazio... Coçou os olhos que já ardiam de tanta fixação.
Fora um pio de coruja e a movimentação de gatos e gambares nas árvores, tudo estava tomado do mais profundo silêncio, as árvores mal sediam à brisa morna da noite.


Tudo parecia esperar...


Uma enorme nuvem cobriu temporariamente a lua e Paulo escorregou para o sono que teimava em fechar-lhe os olhos.

Silêncio.

Silêncio e escuridão.

De repente, um grito esganiçado cortou o ar com força de uma espada, ecoando pelo bosque a dentro. Paulo quase caiu da janela quando pulou alarmado. Desgrenhado, com os olhos ardendo e fora de foco, tentou ver o que se passava lá fora.


O grito se repetiu, seguido de uma voz baixa e sinistra que fez todos os cabelos de Paulo se eriçarem de só vez.


A nuvem finalmente descobriu o olho claro e prateado da lua e os raios insidiram sobre a cena insólita. Tão insólita que Paulo até hoje não sabe se pode confiar na sua sanidade mental:


Havia um homem e uma mulher.
Paulo reconheceu o rapaz que viera a seu escritório e o ameaçara com aquela conversa estranha, que agora não parecia assim tão desprovida de algum sentido, mesmo sabendo Deus qual seria. A mulher era a mesma que ele também vira, a misteriosa criatura que desaparecera na praça.


O homem gesticulava para ela, calmamente... parecia apontar para o alto. Enquanto a mulher mostrava-se claramente desesperada, e não havia dúvidas que o gripo fora dado por ela. Paulo esticou o pescoço para fora da janela e concentrou toda sua atenção na cena, tentando ouvir o que era dito.
- Não lute – dizia o sujeito que usava um sobretudo negro, embora fizesse um calor insuportável.
- Não... não! – exclamava a pobre mulher puxando o braço que o rapaz agora segurava com aparente delicadeza – o que eu fiz para merecer isso?! Por favor, por favor não!! – agora começava a aumentar a voz que resoava entre as árvores.


Os olhos faiscantes do rapaz se fixaram na sua pobre vítima e ela emudeceu de repente, como um rato fica paralisado ante uma naja.


Paulo não agüentava mais, já fazia menção de ir em socorro da mulher quando um vendaval ululante chegou até o bosque. As árvores se debatiam com a força das rajadas dos ventos, um uivo feroz vinha de toda parte onde o vento pentrava por entre os galhos, as frestas dos telhados. A janela onde Paulo se achava começou a zapiar de um lado para o outro perigosamente. Os gatos disparam com seus olhos espelhados votando-se assustados para todo lado. No meio daquele pandemônio, nenhum ser vivo parecia ter restado pelos arredores.


Paulo segurou a janela com força e tentou em meio à ventania novamente localizar o casal.


De repente os dois não estavam mais lá!


Nada.


O vento foi acalmando, as árvores parando de balouçar-se fortemente. A janela cedeu vagarosamente. E Paulo alucinado saiu correndo em direção à praça, a procura de algum dos dois, ou de qualquer indício deles. Algo que não deixasse que aquele mistério ficasse para sempre inacabado.


Nada.


Mas, não sabendo porquê, a luz da lua chamou a atenção de Paulo que levantou a cabeça e viu a estranha formação no céu. O círculo estava agora sem a névoa esfumaçada. A lua já descera muito. E o céu passara a mostrar suas estrelas.


Primeiro viu as três estrelas encarrilhadas. Constelação de Órion.


Depois sua vista se firmou melhor e ele viu. O caçador estava pomposa e claramente apontando sua espada para o Sul. Paulo instintivamente seguio com o olhar a direção da lâmina. E lá, bem embaixo dela uma árvore enegrecida rasgara a passagem de cimento da praça, para estranhamente posicionar-se onde não devia. Não lembro dessa árvore aqui antes...


Paulo aproximou-se mais e ouviu um choro baixinho.


- Vá embora... vá embora... - disse uma vozinha vinda de dentro da exótica árvore.


Seus pelos eriçaram-se ainda mais e ele, com muito medo rapidamente voltou para o laboratório, trancando todas as portas e jurando a si mesmo que tudo aquilo não passara de um sonho.

De uma loucura causada pela lua e pelo calor do verão.



***



Passadas dali algumas semanas, Paulo passeava pelas estantes da biblioteca e de repente encontrou um livro intitulado: Ritos de Morte. Folheou até parar numa página onde se lia: "como os povos arcaicos enterravam seus mortos no oco das velhas árvores, podendo algum deles perpetuarem-se para a eternidade como verdadeiras árvores...". Mais a frente "... muitas das almas fugitivas que vagam pela terra são recuperadas pelo velho caçador que vem buscá-las nas noites frias do inverno do hemisfério norte..."