segunda-feira, 30 de maio de 2011

As manifestações continuam!

Próxima manifestação do RioGrevedoNorte: quarta feira, dia 1 de junho, no Largo do Machadão às 18h. Veja mais no facebook PARALISAR NATAL!
e aqui: Foramicarla
Fora Micarla! Vamos exercer nosso direito!

Adoro gatos!

Não se preocupa, eu tô aqui.  :D

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Unidos podemos mudar as coisas

Tribuna do Norte registra o protesto em frente ao Shopping Midwei Mall confiram aqui
Valeu gente! Unidos podemos mais!

terça-feira, 24 de maio de 2011

RioGrevedoNorte

Amigos natalenses e norteriograndenses leitores desse blog, nesta quarta 25 de maio a população de Natal, Rio Grande do Norte, realizará uma manifestação em frente ao shopping Midwei Mall. Junte-se a nós por uma Natal e um Rio Grande do Norte mais comprometido com seus cidadãos. Estão em greve no momento aqui no Estado, a POLÍCIA CIVIL, OS PROFESSORES MUNICIPAIS, OS MOTORISTAS DE ÔNIBUS, OS MÉDICOS e OS FUNCIONÁRIOS DO DETRAN!
Entrem na comunidade do Facebook RioGrevedoNorte EU APOIO a manifestação!
e se informem melhor, divulguem, pariticpem. Vamos paralisar Natal!

Apenas uma menina


 Podia chamar-se Maria, se se quisesse, pouco importava. Ou Madalena. Ou Hipatia. Talvez enganassem alguns, fazendo-lhes crer outra coisa além do que ela era, internamente, aqueles seus cabelos vermelhos e olhos penetrantes. Mas era uma solitária de hábitos um tanto estranhos. Os outros a temiam em algum grau, essa Maria tão menina. Assumida menina, assumida em seus sentimentos.

Amanhecia o dia, chuvoso ou com sol, de lua, de primavera ou de verão, sempre do mesmo modo: coberta do lado, despertador de luz, corredor, xixi e chaleira a chiar. Os cabelos revoltos mais vermelhos refletindo o lume, como suas ancestrais em tempos idos. O fogo que transforma, que cozinha, que aquece.
Bebia o café ali mesmo em pé, junto a pedra do fogão, uma perna dobrada, se apoiando na outra... 

Às vezes acontecia, sem que ela quisesse ou planejasse, como nesse dia: uma visão.

De súbito e alheia a sua vontade, ficou parada, olhos fixos, vidrados na chícara de café. Um redemoinho brilhante e negro, girando, girando, girando... E viu um rosto, um destino, uma resolução. Os sons do mundo ainda acordando, distantes, sem sentido, sem espaço, sem tempo. E uma resposta veio. Clara, objetiva.

E num segundo seguinte, dado que não se mede em tempo humano, voltou. Foi o roçar do corpo do gato, a porta que bateu com o repentino vento gelado. E o café esfriou. E ela não acreditou na resposta. Não sabia o porquê, talvez fosse melhor não acreditar. Oráculos davam-lhe falsas esperanças? Magia causava dor?

Preferia ser Maria menina. Menina somente, a atitude inocente. Talvez a melhor atitude...E deixar que o tempo batesse à sua porta com um sorriso benevolente, trazendo-lhe a resposta. Pessoalmente.

domingo, 22 de maio de 2011

Poesia alcoólica

Poesias feitas tarde da noite, depois que chego com certo grau de álcool na alma, são as melhores. Eis a etílica de hoje, espero que gostem. Não tem título, isso é coisa de burgês:

Eu já gostei de recitar poemas
artigo indefinido
verbo intransitivo

Recitei tanto que amei
pretérito imperfeito
sempre primeira pessoa
do singular "Eu"

Amei por bom tempo
sozinha
pronunciando o gerúndio do fim

Gostei de ti
sujeito oculto
uma dessas virtualidades
do que acham pós-modernidade

E, no fim
Amor é um verbo simples
que prefiro prenunciar
no plural de um outro tempo
com profundidade verbal.

sábado, 21 de maio de 2011

domingo, 15 de maio de 2011

A chuva sempre passa

Não importa o quão seja forte e demorada, a chuva sempre passa...


sábado, 14 de maio de 2011

Meu Vício Agora

Linda música interpretada pelo Kid Abelha.
Aqui em Natal sábado chuvoso. Vamos ficar assim, desedificantes...



Não vou mais falar de amor
De dor, de coração, de ilusão
Não vou mais falar de sol
Do mar, da rua, da lua ou da solidão
Meu vício agora é a madrugada
Um anjo, um tigre e um gavião
Que desenho acordada
Contra o fundo azul da televisão
Meu vício agora...
É o passar do tempo
Meu vício agora...
Movimento, é o vento, é voar...é voar
Não vou mais verter
Lágrimas baratas sem nenhum porque
Não vou mais vender
Melôs manjadas de Karaokê
E mesmo assim fica interessante
Não ser o avesso do que eu era antes
De agora em diante ficarei assim...
Desedificante
Meu vício agora...
É o passar do tempo
Meu vício agora...
Movimento, é o vento, é voar... é voar

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Efêmera


A saia lápis formava em seu corpo magro uma delicada e perfeita moldura. Pernas cruzadas, numa elegância natural, que ela não herdara de nenhuma educação especial. O café fumegava na mesinha discreta enquanto ela lia e escrevia. Ele moço simples, sem atrativos estéticos, poucos atributos aparentes a ofertar, limitava-se a contemplá-la ao largo, como um passante que, estranhamente, dava vinte voltas toda tarde pela velha rua das livrarias. Fingia buscar nas vitrines algum exemplar raro, especial e, com isso, já se tornara amigo íntimo da maioria dos livreiros.

Mas hoje seria uma tarde diferente.

Parou na praça, de forma discreta, colado a um poste, esperando...
O garçom aproximou-se finalmente da mesinha, despertando a atenção da moça. Um envelope branco foi entregue, ele se afastou. Ela olhou ao redor, procurando a explicação daquilo, talvez adivinhando que o autor estaria por perto. Hesitou por alguns instantes, entre a curiosidade e algum receio indefinido...

A apreensão dele era crescente, quase alucinante.

Enfim ela abriu o lacre vermelho e retirou a pequena carta escrita a mão.

Foi inevitável. Desde o primeiro instante. Tentei fugir de contemplá-la todos os dias, de mergulhar na sensualidade da sua voz. Você me olha todos os dias, fala comigo, mas não sabe. Me apaixonei. O que posso fazer se tenho alma de artista e um artista não vive sem sua musa? Escolhi você.
Não tenho esperança, pois já vi você acompanhada.
Mas posso contemplá-la, me inspirar em você e criar:

Uma luz distante.
Efêmera.
Luz da ribalta sobre meu palco pessoal
Eu personagem desse drama
Instigante dama branca e delicada.

Você luz que me ofusca
Saber e querer
Uma completa busca.
Linda e delicada flor branca
Efêmera
Pairando acima dessa lama toda
Perfeita.

E houve como um silêncio, uma suspensão instantânea do tempo. Ela levantou os olhos brilhantes de lágrimas em busca dele, em busca do autor daquela carta. Quem seria ele? Alguém do seu convívio, certamente... Estaria por ali, em algum lugar? E ele achou que por um milionésimo de segundos seus olhos se encontraram, embora ela não tenha visto. Ela nunca via. Mas assim também estava bom. Quem sabe um dia as coisas podiam mudar...