sábado, 12 de março de 2011

O sacrifício do momento

À captura de um momento,
aquele instante que muda tudo.
ela tocou em seu braço, sorriu.
Houve um silêncio, um absoluto silêncio, antes do mergulho.

À procura do lance de dados,
a jogada certa. A sorte boa, no giro da roda.
Mais silêncio. Uma cortada.
Cartas não mentem, nem olhos...

O transcendental dia-a-dia.
À espera, resoluta.
Na captura, o momento é sacrificado em honra aos mortos.
Nada faz sentido. Tudo se encaixa perfeitamente.

Súbito, horrenda calma. Consciência!
Um grito esquecido na gaveta da cômoda, por trás do trinco da porta.

Ela procura de novo o braço dele, o toque, um mísero olhar.
Que seja...
À espera, continua...
O momento se estira e se derrete como o relógio do poeta e do louco.
A loucura das horas.

Nada (tic)
Tudo (tac)
...

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