quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cama na floresta



Há um mar de profundidade abismal no silêncio que me toma. Mergulhando-me em você. Pulsando com todo meu ser como uma nota musical. E tudo por segundos eternos.
Só aos poucos volto a ouvir um som indistinto, depois da tempestade elétrica que se abateu. E clareou a floresta.
Devagar abro os olhos, na meia luz.
O zumbido se transforma em música, um blues baixinho que demoro a identificar a origem. Suspiro e ainda sinto os últimos raios a percorrerem meu corpo. A música vem lá de fora. Vem do teu sorriso largo. Vem dos teus olhos. Vem do vento nas árvores e dos seres da noite.
Caio em teus braços. Amor quente e convidativo. Calmo e doce.
Outra onda de energia pulsante.
E suspiro, deixando meu corpo mergulhar na preguiça macia da nossa cama. E há teus braços ao meu redor e tua voz dizendo amor.
E há sempre o som da floresta lá fora.

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