segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Carta do Cacique Mutua a todos os povos da Terra



O Sol me acordou dançando no meu rosto. Pela manhã, atravessou a palha da oca e brincou com meus olhos sonolentos.
O irmão Vento, mensageiro do Grande Espírito, soprou meu nome, fazendo tremer as folhas das plantas lá fora.
Eu sou Mutua, cacique da aldeia dos Xavantes. Na nossa língua, Xingu quer dizer água boa, água limpa. É o nome do nosso rio sagrado.
Como guiso da serpente, o Vento anunciou perigo. Meu coração pesou como jaca madura, a garganta pediu saliva. Eu ouvi. O Grande Espírito da floresta estava bravo.
Xingu banha toda a floresta com a água da vida. Ele traz alegria e sorriso no rosto dos curumins da aldeia. Xingu traz alimento para nossa tribo.
Mas hoje nosso povo está triste. Xingu recebeu sentença de morte. Os caciques dos homens brancos vão matar nosso rio.
O lamento do Vento diz que logo vem uma tal de usina para nossa terra. O nome dela é Belo Monte. No vilarejo de Altamira, vão construir a barragem. Vão tirar um monte de terra, mais do que fizeram lá longe, no canal do Panamá.
Enquanto inundam a floresta de um lado, prendem a água de outro. Xingu vai correr mais devagar. A floresta vai secar em volta. Os animais vão morrer. Vai diminuir a desova dos peixes. E se sobrar vida, ficará triste como o índio.
Como uma grande serpente prateada, Xingu desliza pelo Pará e Mato Grosso, refrescando toda a floresta. Xingu vai longe desembocar no Rio Amazonas e alimentar outros povos distantes.
Se o rio morre, a gente também morre, os animais, a floresta, a roça, o peixe tudo morre. Aprendi isso com meu pai, o grande cacique Aritana, que me ensinou como fincar o peixe na água, usando a flecha, para servir nosso alimento.
Se Xingu morre, o curumim do futuro dormirá para sempre no passado, levando o canto da sabedoria do nosso povo para o fundo das águas de sangue.
Hoje pela manhã, o Vento me levou para a floresta. O Espírito do Vento é apressado, tem de correr mundo, soprar o saber da alma da Natureza nos ouvidos dos outros pajés. Mas o homem branco está surdo e há muito tempo não ouve mais o Vento.
Eu falei com a Floresta, com o Vento, com o Céu e com o Xingu. Entendo a língua da arara, da onça, do macaco, do tamanduá, da anta e do tatu. O Sol, a Lua e a Terra são sagrados para nós.
Quando um índio nasce, ele se torna parte da Mãe Natureza. Nossos antepassados, muitos que partiram pela mão do homem branco, são sagrados para o meu povo.
É verdade que, depois que homem branco chegou, o homem vermelho nunca mais foi o mesmo. Ele trouxe o espírito da doença, a gripe que matou nosso povo. E o espírito da ganância que roubou nossas árvores e matou nossos bichos. No passado, já fomos milhões. Hoje, somos somente cinco mil índios à beira do Xingu, não sei por quanto tempo.
Na roça, ainda conseguimos plantar a mandioca, que é nosso principal alimento, junto com o peixe. Com ela, a gente faz o beiju. Conta a história que Mandioca nasceu do corpo branco de uma linda indiazinha, enterrada numa oca, por causa das lágrimas de saudades dos seus pais caídas na terra que a guardava.
O Sol me acordou dançando no meu rosto. E o Vento trouxe o clamor do rio que está bravo. Sou corajoso guerreiro, não temo nada.
Caminharei sobre jacarés, enfrentarei o abraço de morte da jiboia e as garras terríveis da suçuarana. Por cima de todas as coisas pularei, se quiserem me segurar. Os espíritos têm sentimentos e não gostam de muito esperar.
Eu aprendi desde pequeno a falar com o Grande Espírito da floresta. Foi num dia de chuva, quando corria sozinho dentro da mata, e senti cócegas nos pés quando pisei as sementes de castanha do chão. O meu arco e flecha seguiam a caça, enquanto eu mesmo era caçado pelas sombras dos seres mágicos da floresta.
O espírito do Gavião Real agora aparece rodopiando com suas grandes asas no céu.
Com um grito agudo perguntou:
Quem foi o primeiro a ferir o corpo de Xingu?
Meu coração apertado como a polpa do pequi não tem coragem de dizer que foi o representante do reino dos homens.
O espírito do Gavião Real diz que se a artéria do Xingu for rompida por causa da barragem, a ira do rio se espalhará por toda a terra como sangue e seu cheiro será o da morte.
O Sol me acordou brincando no meu rosto. O dia se abriu e me perguntou da vida do rio. Se matarem o Xingu, todos veremos o alimento virar areia.
A ave de cabeça majestosa me atraiu para a reunião dos espíritos sagrados na floresta. Pisando as folhas velhas do chão com cuidado, pois a terra está grávida, segui a trilha do rio Xingu. Lembrei que, antes, a gente ia para a cidade e no caminho eu só via árvores.
Agora, o madeireiro e o fazendeiro espremeram o índio perto do rio com o cultivo de pastos para boi e plantações mergulhadas no veneno. A terra está estragada. Depois de matar a nossa floresta, nossos animais, sujar nossos rios e derrubar nossas árvores, querem matar Xingu.
O Sol me acordou brincando no meu rosto. E no caminho do rio passei pela Grande Árvore e uma seiva vermelha deslizava pelo seu nódulo.
Quem arrancou a pele da nossa mãe? gemeu a velha senhora num sentimento profundo de dor.
As palavras faltaram na minha boca. Não tinha como explicar o mal que trarão à terra.
Leve a nossa voz para os quatro cantos do mundo clamou O Vento ligeiro soprará até as conchas dos ouvidos amigos ventilou por último, usando a língua antiga, enquanto as folhas no alto se debatiam.
Nosso povo tentou gritar contra os negócios dos homens. Levamos nossa gente para falar com cacique dos brancos. Nossos caciques do Xingu viajaram preocupados e revoltados para Brasília. Eu estava lá, e vi tudo acontecer.
Os caciques caraíbas se escondem. Não querem olhar direto nos nossos olhos. Eles dizem que nos consultaram, mas ninguém foi ouvido.
O homem branco devia saber que nada cresce se não prestar reverência à vida e à natureza. Tudo que acontecer aqui vai voar com o Vento que não tem fronteiras. Recairá um dia em calor e sofrimento para outros povos distantes do mundo.
O tempo da verdade chegou e existe missão em cada estrela que brilha nas ondas do Rio Xingu. Pronta para desvendar seus mistérios, tanto no mundo dos homens como na natureza.
Eu sou o cacique Mutua e esta é minha palavra! Esta é minha dança! E este é o meu canto!
Porta-voz da nossa tradição, vamos nos fortalecer. Casa de Rezas, vamos nos fortalecer. Bicho-Espírito, vamos nos fortalecer. Maracá, vamos nos fortalecer. Vento, vamos nos fortalecer. Terra, vamos nos fortalecer.
Rio Xingu! Vamos nos fortalecer!
Leve minha mensagem nas suas ondas para todo o mundo: a terra é fonte de toda vida, mas precisa de todos nós para dar vida e fazer tudo crescer.
Quando você avistar um reflexo mais brilhante nas águas de um rio, lago ou mar, é a mensagem de lamento do Xingu clamando por viver.
Cacique Mutua

A quantas anda esse projeto nefasto, vejam aqui

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Ao encontro da magia Wanen

Olhaê, bruxos de todo o planeta, divulgando e convidando-vos a juntarem-se a nós nesses 3 dias de celebrações! Contatos na página do evento, no Facebook HERE
Para ver melhor, clique na imagem.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Só um sonho


Não houve o encontro em meio ao tempo e espaço, num dos bancos do bosque. Não se viram pelo brilho do olhar de desejo, na noite que se iniciava. Nunca existiu aquela noite cheia de carícias e beijos quentes. Suas mãos nunca exploraram a força do desejo manifestando-se nos corpos. Jamais suas línguas falaram como as ondas mornas quebrando na praia, numa noite quente de verão. Nem o roçar dos lábios e os suspiros profundos, nunca nada disso encheu o ar de eletricidade, naquele lugar inexistente.
- Nós nunca nos encontramos né?
- Nunca. Isso não passa de um sonho.
- Exato. Não sinto seu perfume, nem seu gosto.
- Meu corpo não está colado no seu, nem se arrepia quando sente teu desejo por mim.
- Nem o meu quer entrar no seu.

Como não existiu esse momento, nunca se desejaram, nem marcaram de se ver sorrateiramente, tendo as árvores como únicas testemunhas. Nem saíram de mãos dadas e olhares cúmplices. Tudo devaneio, tudo só um sonho...

E-books Aleister Crowley

Todos os livros do Aleister Crowley para baixar aqui

Essa é para calar e pensar...


terça-feira, 18 de outubro de 2011

Bruxas e mulheres sábias: as de fora.

O texto abaixo foi extraído e adaptado da minha tese de doutorado: Teodora e Porcina: faces simbólicas da natureza em narrativas de mulheres sábias.


A aversão à mulher e ao feminino, com todo o universo estranho que os rodeia, tem sido a fonte dos maiores mal-entendidos no campo da Bruxaria. O temor ao desconhecido foi transferido, em muitos momentos críticos em que a Bruxaria saiu das sombras, para a figura da bruxa ou feiticeira. Em geral a mulher sábia dos povoados, a curandeira ou parteira, aquela que sabia fazer os filtros e as poções, era a ponte entre o mundo da matéria e o mundo feérico, entendida portanto, como fonte de todo o mal que pudesse atingir àquela sociedade, pois era ela personificação do desregramento. A bruxa é entendida, nessa lógica, como parceira do mal maior, do maior dos desordenadores, o próprio Diabo. A demonização das mulheres sábias aparece claramente nas confissões extraídas sob tortura pelos inquisidores, que dirigiam as falas dos inquiridos para um imaginário onde imperavam a prática do sabá e a adoração ao Diabo. Quando, na verdade, o que gerou os primeiros inquéritos foram as práticas e crenças agrárias ou fúnebres de herança pagã que, por ocasião da imposição da Igreja Católica, tornou-se ameaça a ser eliminada.

Guinzburg (1988), entre outros estudiosos da inquisição, constataram surpresos que as práticas dos bruxos (no caso dos Benandanti, bruxos de uma região da Itália), nada tinham a ver com o sabá e o Diabo ou qualquer demônio. “[...] quando nos dedicamos a examinar os ritos que os benandanti afirmavam realizar nos seus encontros noturnos, toda a analogia com o sabá desaparece” (1988, p. 42). Porque, de fato, as práticas dos Benandanti mais se aproximavam das viagens xamânicas. Suas crenças parecem, como mostra Guinzburg, pertencerem quase que absolutamente às camadas populares, diferentemente do que se denominou de magia ou magia natural (tratados de magia natural), as quais acabaram tomando formas mais eruditas.

De modo que, regidos por seus tratados de demonologia, os inquisidores do Santo Ofício, se viam perplexos diante de depoimentos que falavam das batalhas noturnas dos Benandanti com os feiticeiros. Como os inquisidores poderiam condenar uma mulher por lutar com os feiticeiros (seus supostos adversários) em defesa dos campos e da colheita farta? Os interrogatórios, que começavam brandamente, ganhavam contornos maléficos quando os inquisidores faziam questionamentos diretivos sobre a presença do Diabo. Se ele guiava os Benandanti, e se havia locais onde se reuniam para banquetear-se, em sugestão ao Sabá.  Enredados pelo medo, os acusados acabavam por incluir em suas falas esses aspectos, que rendiam aos inquisidores um sentido e um modo de punição lógico e correspondente aos seus tratados. E concluíam os inquéritos com confissões de adoração ao Diabo e orgias noturnas obtidas por meio da tortura.

[...] Há, nas perguntas dos juízes, alusões mais que evidentes ao sabat das bruxas – que era, segundo os demonologistas, o verdadeiro cerne da feitiçaria: quando assim acontecia, os réus repetiam mais ou menos espontaneamente os estereótipos inquisitoriais então divulgados na Europa pela boca de pregadores, teólogos, juristas, etc (GINZBURG, 1991, p. 206).

Muitas dessas bruxas eram, na verdade, mulheres que de um modo ou de outro exerciam práticas fora da norma. Como se acreditava que elas possuíam capacidades estranhas, como curar, prever o futuro, falar com os mortos, voar em espírito pelos campos, conhecer o uso das ervas, as pessoas procuravam-nas, mas também tinham medo delas. Essas mulheres eram operadoras do Saber Mágico, pois pertenciam ao limiar entre o dentro e o fora, o mundo humano e o sobrenatural. Eram as “mulheres de fora”, chamadas na Sisília de donne di fuori, objeto de estudo de Gustav Henningsen (1990), entendidas como situadas entre a fada e a bruxa, que tinham a capacidade de curar os doentes, de identificar os malefícios e os anular.

As donne di fuori eram consideradas pela população figuras mágicas benevolentes, cujos traços se situavam na fronteira entre o universo do sabá, da mitologia clássica e dos contos maravilhosos: elas se organizavam em companhias e se reuniam em assembléias noturnas em que o demônio não estaria presente; eram descritas como belas mulheres vestidas de branco ou de negro, mulheres cuja origem sobrenatural era sublinhada pela cauda ou por patas de animais. A Inquisição da Sicília ocupou-se de dezenas de mulheres assimiladas a essa figura mítica, acusando-as de bruxaria (BETHENCOURT, 2004, p. 22)[1].

Portanto, os relatos de reuniões ou assembleias de bruxas estão, em alguns momentos, relacionadas ao sabá, mas não ao Diabo. Já mais tardiamente, as procissões das bruxas e dos mortos, os voos, as poções e o próprio sabá, com a presença marcante do demônio, consolidaram todo um imaginário da bruxaria demoníaca em grande parte da Europa. Mas, o que estudiosos como Guinzburg, Henningsen e Bethencourt, entre outros, vão demonstrar, ao enfocar determinadas comunidades isoladas ou ainda não afetadas por esse imaginário, é que as práticas e crenças das bruxas se relacionam muito mais ao xamanismo. Ou, em alguns casos, essencialmente às velhas e tradicionais crenças pagãs. Ou seja, mais próximas das histórias orais e das narrativas tradicionais onde há a presença marcante do universo mágico ligado à Mulher Sábia, seja como bruxa, fada ou ser da natureza, cujo principal atributo é transitar entre o mundo de fora e o de dentro. E, por esse acesso, portar a capacidade de curar, falar com os mortos, prever o futuro, ou conhecer as marés astrológicas e uso das pedras e dos elementos.

BETHENCOURT, Francisco. O imaginário da magia: feiticeiras, adivinhos e curandeiros em Portugal no século XVI. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela inquisição. Trad. Maria Betânia Amoroso. São Paulo: Companhia das letras, 2006.
GINZBURG, Carlo. Os andarilhos do bem: feitiçarias e cultos agrários nos séculos XVI e XVII. Trad. Jônas Batista Neto. São Paulo: Companhia das Letras, 1988.
GINZBURG, Carlo. História noturna: decifrando o sabá. Trad. Nilson Moulin Louzada. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.
HENNINGSEN, Gustav. The ladies from Outside: An Archaic pattern of the witche's sabbath. Early modern European witchcraft Oxford, 1990.





[1] Grifo meu.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Semeando o bem

Divulgo com prazer projetos como esse! Vamos ajudar!




Projeto da UFRN que visa plantar 20.000 árvores em Natal
será lançado dia 18/10, às 18 horas, durante a CIENTEC.

 COMPAREÇA - AJUDE A DISSEMINAR A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NA CIDADE
AGIR ENQUANTO O CAPITAL NÃO NOS DESTRÓI
Durante e XVII CIENTEC, feira de ciência e tecnologia organizada anualmente pela UFRN e que atrai a cada edição milhares de estudantes e professores das escolas públicas e privadas, será lançado o Projeto de Educação Ambiental Plante Enquanto é Tempo. A ação prevê conseguir 20.000 voluntários tutores de novas árvores em Natal, que plantem e cuidem delas nos primeiros anos, começando pelos alunos da UFRN e dos colégios da Grande Natal. O progresso do projeto será aferido através de contagem em tempo real no site da ação. Com o sucesso da primeira fase em Natal, a idéia é avançar para reflorestar o semi-árido de forma massiva. 
O projeto, coordenado pelos professores Robério Paulino, do Departamento de Políticas Públicas - DPP, e pela professora Rosângela Gondim, do Departamento de Botânica, Ecologia e Zoologia - DBEZ, é uma parceria do Centro de Ciências Humanas Letras e Artes - CCHLA e do Centro de Biociências - CB. A ação pretende criar uma grande onda de conscientização ambiental nas cidades e ao mesmo tempo contribuir para alterar a paisagem urbana em Natal e arredores, já que considera errado o atual modelo de expansão imobiliária e de mobilidade urbana centrado no automóvel. Modelo, este, que vem esquentando a cidade e prejudicando a qualidade de vida dos seus habitantes.   
Para a execução do projeto, já foram produzidas na própria UFRN milhares de mudas. Várias ações já foram realizadas, com crianças de colégios e em praças.
O lançamento oficial ocorrerá no dia 18/10/2011, terça-feira, às 18 horas, na tenda do projeto instalada dentro da CIENTEC 2011, ao lado do Planetário.

COMPAREÇA E AJUDE A DIVULGAR   

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O que as folhas dizem



Tenho caminhado por esse jardim antigo...
Com meus pés nus na terra fria.
Esperando por ti.
Como as folhas caem lentamente no outono,
Caem meus sonhos nas águas dessa ponte.
As horas passam, as (h)eras crescem,
Sem fim...
Espero por ti,
que esqueci o nome entre as estrelas
Tão antigas.

Sinto ainda tuas asas, ao meu redor,
Meu protetor.
E as estátuas cobertas de limo olham-me,
Tristes...
E o sopro do passado assobia entre as árvores.
Nesse jardim esquecido.
Onde só as folhas sabem
Como cair sem dor.

E penso que esta não é
minha vida.
Mas um sonho sem fim.
O inferno dos inconscientes.
E vejo-me longe, apartada de ti,
Forçando o Caminho entre os espinhos.
Procurando uma luz nesse mundo,
Um sorriso.
A alegria que aqui não existe.
E, no silêncio, o soar profundo,
De mil folhas a cair.

A carpa foge,
A garça voa,
O corvo fala.

E essa é a música infinita do jardim dos danados.
Fome, loucura, injustiça e miséria.
E eu, como esse nenúfar,
Aquática, etérea
Com um pé em cada mundo, tentando...
Com as raízes na lama e o rosto na luz
ouvir
o que as folhas dizem.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Cantos Cardeais: Curas e celebrações


Divulgando essa energia do bem para os leitores natalenses da Casabruxal. Amanhã (12/10), feriado, não fiquem em casa morgando, vamos unir nossas energias positivas nessa celebração da vida e do amor!
Estão todos convidados :D



Dia 12 de outubro, dia de Nossa senhora da Aparecida, Padroeira do Brasil, dia da criança...

Iremos neste dia realizar uma grande celebração no Parque das Dunas de Natal. Na Folha das Artes abriremos a exposiçãoDe fora adentro- Mapa Gigante de Natal que permanecerá até o domingo dia 16. E Também estaremos celebrando o oitavo aniversário da Casa Mãe Terra.
Durante todo o dia estaremos entre estes dois espaços recebendo os visitantes do Parque. No entanto a partir das 14 horas realizaremos algumas celebrações especiais que terão inicio na Folha das artes, sobre o Mapa Gigante de Natal.

ROTEIRO EVENTO DIA 12.10.2010 no Parque das Dunas

Cantos Cardeais: Curas e celebrações


- OBJETIVO GERAL DO DIA:  Sentir-se terrestre. Promover a sensação de ser terreno, não só em termos de sermos filhos da Terra, mas de também possuirmos a capacidade de cuidar e de curar o nosso lugar, a nossa cidade.

As atividades serão iniciadas no Mapa, permitindo primeiramente o sentido de sentir-se cósmico a partir do local, expandindo e retornando às raízes. No Mapa queremos trabalhar o Ser Integrado através dos processos de interdependência dos fenômenos - na cidade e para além dela.

- Ação I-: Ciranda e apresentação das intenções das atividades que serão realizadas. Telma Romão e Maurício Muli
- Ação II: Meditação/visualização.– Breno e Telma
- Ação III: Acupuntura plástica sobre a cidade de Natal onde serão anexadas palavras com intenções positivas para cada lugar específico na cidade. Maurício Muli e Ed Soares.
- Ação IV: Dança em espiral – fio conector entre o Mapa Gigante da cidade e a Casa Mãe Terra. - Telma
- Ação V: Celebração de Oferenda de flores e Cuidado à Casa Mãe Terra.
- Ação VI: Show de temas infantis com o Grupo Juanitas. Local Casa Mãe Terra com a participação das Cirandeiras do Pium.
- Ação VII: MAMAÇO – Estará sendo realizado durante todo o evento no espaço atrás da escultura Casa Mãe Terra. – Bia da Terra  
- Ação VIII: Louceiras de Sobrado- Monte Alegre- Durante todo o dia realizarão oficina de modelagem em barro e exposição de suas belas peças.

                               Esperamos a tua participação.  Venha celebrar este dia.
                               Leve flores, águas de cheiro e toda tua alegria.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Banho relaxante de ervas


Quando cair a noite, bem na hora bruxa, na cozinha da sua casa comece o feitiço.
Acenda o fogo e numa panela deixe um litro de água ferver.
Numa vasilha de cerâmica, despetale as rosas do seu jardim e 
macere 3 ramos de alecrim.
Sopre bons augúrios nas palmas de suas mãos, três nozes de avelãs e uma romã em botão.
Sorria de prazer ao ver flutuarem no líquido as folhas do manjericão.
Por fim, picote com alegria algumas folhas de menta e semeie lindas e brancas flores de jasmim.

Abafe os espíritos das ervas e flores para não fugirem.

Depois coe num pano limpo o banho mágico e perfume-o mais
com essência de jasmim.
Permita que os florais relaxem seu corpo, deslizando suavemente a partir do pescoço.

"Oh ervas sagradas, que seus espíritos recolhi, peço que me tragam a paz de seus dedos delicados, com a magia que dos antepassados aprendi".

O banho deve secar naturalmente. Depois durma e deixe-se pela viagem seguir...