terça-feira, 6 de abril de 2010

A bruxaria e a realização dos desejos

Olá amig@s!


Eu tenho alguns sonhos, e muitos desejos.
Aliás, como dizem: desejos são mais realizáveis do que sonhos.

Mas, é claro que nem todos os meus sonhos e desejos se realizam, o que, se pensarmos bem, não é uma coisa ruim, afinal somos aprendizes neste mundo e muitas vezes o que sonhamos ou desejamos pode não ser o melhor para nossa vida.
Tem, inclusive, um ditado bem conhecido no meio bruxo que diz: "Cuidado com o que pedes, pois pode se realizar".

Estou falando disso nesta postagem porque já ouvi várias vezes a seguinte afirmação: "Ah, você é uma bruxa, como não tem isso ou aquilo??? Neeeem parece que é uma bruxa!"

Antes eu perdia meu tempo dando, ou procurando dar, uma explicação. Mas de pouco adiantava porque as pessoas não compreendem bem o que é bruxaria.

Primeiramente, usar o termo bruxa para definir alguém me incomoda muito porque a palavra tomou conotações quase sempre pejorativas ao longo da história.

Não vou entrar no mérito da questão do que é uma bruxa, isso já está discutido e disposto em suas várias versões por aqui na internt e em inúmeros livros, para que todos leiam e tirem suas próprias conclusões.

Mas, ao mesmo tempo falar em bruxaria e em bruxas nos leva, indubitavelmente, a falar sobre o que elas são.

Minha preocupação é que as pessoas têm a tendência a medir o poder e a felicidade das outras por uma análise superficial em que se enquadram as criaturas em determinados rótulos, aos quais pertencem insolúveis características.

O senso comum diz que bruxas fazem feitiços para realizar desejos e sonhos delas mesmas e dos outros.

Portanto, a bruxa que não faz isso não é bruxa.

Bem, há muito que fujo do senso comum e incentivo a todos a fazerem isso!

Por trás dessa definição sempre tosca do que é uma bruxa, há muito mais. A bruxaria é muito mais que simples feitiçaria.

Uma bruxa conhece as marés da vida e do tempo. Conhece as leis que hoje a ciência descobre e estuda. O ser bruxo é conectado. O saber bruxo não pode ser definido por apenas um conjunto de conhecimentos, é um estado de alma. Que, inclusive e muitas vezes, é incubado, escondido, alheio ao próprio bruxo ou bruxa.

E ela sabe, por caminhos que não são racionais, que mexer na teia da vida não é tarefa banal.

Fazer um feitiço para alcançar um desejo é perfeitamente possível. A realidade é uma massa moldável. Mas, a vida é interligada, conectada, e puxar um dos fios da teia é abalar a teia toda!

Então a bruxa tem a livre escolha, a escolha consciente.

Ser consciente, desperto.

A bruxa é um ser desperto, não importa em que condições sociais, políticas, econômicas e financeiras se encontre.

Tenho observado, inclusive, que as pessoas bruxas (ou seja, despertas) têm muitas dificuldades na vida. É como numa escola, quanto mais você aprende, mais equações complicadas vão sendo postas à sua frente para que ache a solução.

Quanto a mim, não me rotulo há algum tempo. Parei com isso para poder me encontrar, me conhecer. Estou caminhando.

Se sou bruxa ou se não sou, isso pouco ou nada me importa hoje.

Os rótulos limitam.

Uma vez rotulada de bruxa, terá a criatura que agir, pensar e ser como uma. E isso implica lidar com as bobagens do senso comum.

Melhor é SER. E um dia NÃO SER.

E o bom marinheiro sabe que são as marés que mandam, no final das contas. Mas cabe a cada um, bruxo ou não, procurar saber e sentir a hora certa para remar e a hora certa para se deixar levar pela correnteza.

Beijos.


PS: Essa postagem, como a maioria aqui, surge do que observo no cotidiano, não tem a intenção de crítica nem de provocação a ninguém. Tenho enorme carinho pelas pessoas que me fazem essa pergunta da bruxa e da realização de desejos, eu entendo suas espectativas.

3 comentários:

  1. Com toda certeza, mas eu vejo também que a questão histórica é algo ainda muito forte as quebras dos paradigmas... Daquilo que é difundido pela mídia sobre determinado assunto. Um exemplo, são os desenhos infantis, em sua maioria as bruxas são más e etc... Então, mesmo estando nessa era dita "pós-moderna" de um lado é ainda tão pressa a certas coisas... E junto a isto, a inda vem esse aspecto que você apontou a questão do rótulo. Estava pensando por esses dias, depois de umas leituras a cerca da origem das ciências humanas e etc.. í, veio uma questão do positivismo e das suas classificações para melhor entender seus objetos de estudo. Quem sabe as pessoas "categorizem" umas as outras até para melhor entender, mas nisso , infelizmente, como você apontou acabam restringindo os seres somente a aquilo.. onde, não é bem assim, nós somos seres complexos...

    Então, juntando esse anseio das classificações com da não-informação sobre o mundo da bruxaria.. é isso que acontece..é triste...

    Bjs querida, e adorei o post.

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  2. é isso. Um estado da alma.
    Consciente e desperto!
    beijos!

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  3. "É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer"

    Talvez Clarice Lispector tivesse razão... :p

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