sábado, 14 de julho de 2012

Noites de chuva



Pessoas saem na noite. Amontoam-se em pubs à procura louca de sensações ancestrais. Copulam com os olhos, com os corpos, ao som das guitarras, rugindo em ecos infinitos e profundos.
Tantos olhos na noite, vagos, atentos, caçando... Até os seus.
Os meus próprios.
O vocalista entoa ais longos e a guitarra chora, tornando tudo mais dramático na confusão de vozes, toques, cheiros.
Uma mão encontra a minha, quente na noite fria, nem preciso ver para saber.
E saímos dali para a rua sabática espelhada no asfalto. Espelho espalha os risos, o azul da fumaça dos cigarros.
Você sorri e cai uma estrela no céu escuro como chumbo.
Doce, doce a cerveja do teu hálito.
Passam pessoas vestidas de preto falando todas ao mesmo tempo e abafam o som dos teus pensamentos. Você me dizia... o que?
Longe, no fim do espelho espalhado rua abaixo, algum românico houve Peral Jam.
Minhas mãos são suas mãos.
Somos levados pelo som dos corações e desaba uma chuva fria nos nossos corpos quentes.
Pear Jam.. Pear Jam tocando Landslide enquanto corremos em direção a uma nova chance...

Um comentário:

  1. Visitando. Gosto dessa forma de contar o conto.

    vou volto.

    abração!

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