quarta-feira, 25 de novembro de 2009


Ela é bonita... tem assim, aquele rosto angelical, meio menina, meio mulher... quanto a isso não há dúvidas. Descobriu o poder da aparência pois o mundo sempre se rende ao seu sorriso.

Mas parece que isso não basta.

Nunca basta...

Atraente como uma gata, ela é. Olhos que enfetiçam, mas unhas que podem ferir. Tantas e tantas vezes ela se viu sozinha, sua beleza se perdendo, se deteriorando no tempo.

Como uma rosa rubra e aveludada vai ficando seca e murcha, negra e despetalada, não colhida por ninguém...

E ela sempre, sempre fita o céu - deve ser por isso que vê mais estrelas cadentes que todo mundo! - o céu tão belo, tão distante, assim como ela.

As vezes pensa que é estranha, estrangeira. Enquanto ela vê cores e vida lá do alto da passarela, no horizonte multicor do fim de tarde, as pessoas passam, os carros passam, a vida passa, e todos parecem não ver. Os olhos não vêem, são baços.

E no meio do movimento incessante algo a parou. Ela era uma coluna sobre saltos 15.

Um folheto do Bob's nas mãos.

O tempo correndo e ela imune.

De repente era o centro de tudo, ao seu redor, acima e abaixo, pode ver tudo e além. Não havia limites para essa sensação, se via de fora, do alto, como aquela criatura humana no meio de tudo...

Que significaria essa visão?

"é viagem?" ela ouviu dizerem.


"A senhorita vai levar pra viagem?" Era o moço do Bob's perguntando.

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