sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Absurdo sentido


Lua Cheia. Tudo faz absurdo sentido.

Ela olha o céu. Esse tempo suspenso, essa maré alta...

Faz sentido a loucura. Sim, as vezes a loucura pode ser ótima conselheira.
A moça aprendera a ser ouvinte atenta.

Uma coruja branca emite um grito, diz Destino!
Por que lutar, agora que tudo se enredou? A teia, o fio, a história...

A moça acende as velas, corta o pão, serve o vinho, pensa nele.
A lua sorri.

Nua.
O vento cálido do verão revolta a natureza, atiça a pele alva.
Revolução da natureza interna. Força idomável que só os familiarizados podem compreender.
Uma sina isso?
Para quê tanto sentir?
A moça faz as saudações: bençãos.

Presenças.

A noite cai escorregando por entre os véus do Mistério. Um sussurro traz a certeza.
Mais uma vez.
Fala a Lua, fala a Ave, fala o espírito das coisas.

A moça encerra a poesia, apagando as velas, comendo o pão, bebendo o vinho.
Em honra ao amor, ao sexo, à vida.

Ah a vida e suas marés...

Desce a cortina escura, salpicada de estrelas.
Volta ao que os tolos chamam realidade.
Resta apenas esse absurdo sentido.

2 comentários:

  1. Bom o texto. Legal a imagem também, me lembrou um sabbath de feiticeiras que assisti muuuuuuuuitas luas atrás...

    JOPZ

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  2. Ótimo texto. Gostei muito. E a foto me lembra os luais que eu participo aqui.

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