sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Poeminha besta sobre uma carta que não existe



Fui escrever.
Excondida do mundo. Excondida de tudo.
Uma carta para você.
Para que esta carta?
Não vou mandá-la, não tenho seu endereço.
Não sei seu nome, ou se existe.

Fui escrever, lá num recanto sombrio.
Furtivo e frio do meu ser.
Uma carta, muito linda, borrada de lágrimas.
Para que escrever?
Não vou mandá-la nunca!
O carteiro vai rir: só tem remetente.
Mando para o céu, mando para Deus?
Mande para mim! – diz  o carteiro, que me sorri.
Tocou meu ombro e deixou uma marca.
E foi embora, levando a carta.
E quando você receber, perfumada de mim,
Vai saber.

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